O uso do grafite enquanto escolha técnica em cerâmicas da tradição Aratu no sul da Bahia
DOI:
https://doi.org/10.24885/sab.v36i1.1005Palavras-chave:
Grafite, Tradição Aratu, Escolha técnicaResumo
Este trabalho discute os resultados obtidos com a investigação de um contexto arqueológico vinculado à Tradição Aratu no Sul da Bahia, o sítio Canaã, no qual foram evidenciadas cerâmicas grafitadas e com antiplástico de grafite. Em um esforço inicial para compreender o processo de produção e distribuição dessas cerâmicas ao longo daquela região, pesquisou-se a sua procedência, e a dos seus materiais constituintes. Para tanto, foram examinados por meio da técnica da Fluorescência de Raios X portátil, fragmentos cerâmicos e amostras de grafite oriundas da Província Grafítica Bahia-Minas. Os resultados obtidos permitiram confirmar a hipótese de que o grafite utilizado nas cerâmicas se originou naquela província grafítica, e que o seu uso se deveu à escolha técnica das oleiras, em decorrência das propriedades específicas que o mineral apresenta.
Downloads
Referências
AMARAL, Alencar de Miranda. “Andanças” Tupiguarani na Chapada do Araripe: análises das correlações entre mobilidade humana, tecnologia cerâmica e recursos ambientais. Tese (doutorado em Arqueologia), Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2015.
ALVES, Cláudia.; BORGES, Lucila.; BARRETO, Sandra.; LEO, Hugo. Técnica cerâmica pré-histórica. CLIO Série Arqueológica. N°10, 1994.
CALDERÓN, Valentin. A Fase Aratu no Recôncavo e Litoral Norte do Estado da Bahia. IN: PRONAPA, 3. Resultados preliminares do terceiro ano, 1967-8. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi, 1969.
__________________. Breve Notícia Sobre a Arqueologia de Duas Regiões do Estado da Bahia. IN: PRONAPA, 4. Resultados preliminares do quarto ano, 1968-9. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi, 1971.
__________________. Contribuição para o Conhecimento da Arqueologia do Recôncavo e do Sul do Estado da Bahia. IN: PRONAPA 5. Resultados preliminares do quinto ano, 1969-70. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi, 1974.
CHMYZ, Igor. Terminologia brasileira para a cerâmica arqueológica. Paranaguá: Museu de Arqueologia e Artes Populares, Universidade Federal do Paraná, 1976.
COSTA, Rodrigo Lessa. Os grupos ceramistas da Serra da Barriga: caracterização da tecnologia cerâmica no contexto da Tradição Aratu. Dissertação (Mestrado). Recife: UFPE, 2010.
CURADO, Jessica Fleury. Estudo e Caracterização Física de Cerâmicas Indígenas Brasileiras. Tese (doutorado em Ciências). Instituto de Física da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.
DUARTE, Maria Alzira. Grafita natural. Brasília: DNPM, 2014.
ETCHEVARNE, Carlos. O sítio de Tradição Aratu de Água Vermelha, Reserva Indígena Caramuru Paraguaçu, e suas implicações arqueológicas e etno-políticas. Cadernos de Arte e Antropologia, n°1, 2012.
ETCHEVARNE, Carlos; FERNANDES, Henry Luydy. Patrimônio arqueológico pré-colonial. Os sítios de sociedades de caçadores coletores e dos grandes grupos de horticultores ceramistas, antes da chegada dos portugueses. In ETCHEVARNE, Carlos; PIMENTEL, Rita. Patrimônio arqueológico da Bahia. SEI: Salvador, 2011.
FERNANDES, Henry Luydy. Pequenas variações dos sepultamentos da tradição Aratu na Bahia. Especiaria - Cadernos de Ciências Humanas. v. 17, n. 30, jan./Jun. 2017.
______________________. Os sepultamentos do sítio Aratu de Piragiba-BA. Dissertação (Mestrado). Salvador: UFBA, 2003.
______________________. Aspectos materiais dos sítios Pedreira e Água Vermelha, Bahia. Habitus. Goiânia, v. 18, n.2, p. 593-612, jul./dez. 2020.
GOOGLE EARTH. US Depto State Geographer. Maplink / Tele Atlas. 2019. Acesso: 2020 e 2021.
LAGE, Maria Conceição; FARIAS FILHO, Benedito. Arqueometria aplicada à conservação de sítios de arte rupestre. In: Cadernos do Lepaarq, v. XV, n.30., p. 327-343, Jul-Dez. 2018.
MARTIN, Gabriela. Pré-história do Nordeste do Brasil. Recife: Editora Universitária da UFPE, 2008.
NASCIMENTO, Ana; LUNA, Suely. Procedimentos para a análise da cerâmica arqueológica. CLIO Série Arqueológica. N°10, 1994.
NEVES, Eduardo. O velho e o novo na Arqueologia Amazônica. Revista USP. São Paulo, n.44, 1999-2000.
OLIVEIRA, Cláudia. Os ceramistas pré-históricos do Sudeste do Piauí, Brasil. Estilos e técnicas. Fumdhamentos, n.3. p.57-129. 2003.
ORTON, Clive; TYERS, Paul.; VINCE, Alan. La cerâmica em arqueología. Barcelona: Crítica, 1997.
PEDROSA-SOARES, Antônio Carlos; WIEDEMANN-LEONARDOS, Cristina Maria. Evolution of the Araçuaí Belt and its connection to the Ribeira Belt, Eastern Brazil. In CORDANI, Umberto, MILANI, Edison, THOMAZ-FILHO, Antonio, CAMPOS, Diogenes. (eds), Tectonic Evolution of South America. São Paulo, Sociedade Brasileira de Geologia, 2000.
PEDROSA-SOARES, Antônio Carlos, NOCE, Carlos Maurício, WIEDEMANN-LEONARDOS, Cristina Maria, PINTO, Claiton. The Araçuaí–West Congo orogen in Brazil: An overview of a confined orogen formed during Gondwanland assembly. Precambrian Research, 2001.
PEREIRA, Sandio. Grafite: produção X demanda. 12º Congresso Brasileiro de Mineração. Belo Horizonte – MG, 2007.
PEROTA, Celso. Dados parciais sobre a arqueologia norte espírito-santense. Belém: Museu Emílio Goeldi, 1971.
______________. Resultados preliminares sobre a arqueologia da região central do Estado do Espírito Santo. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi, 1974.
PROUS, André. Arqueologia Brasileira. Brasília: Editora da UNB, 1992.
____________. Arqueologia Brasileira. A pré-história e os verdadeiros colonizadores. Carlini e Caniato. 2019.
RICE, Prudence. Pottery analysis. A sourcebook. Chicago: The University of Chicago Press, 2005.
SCHIFFER, Michael; SKIBO, James. The Explanation of Artifact Variability. American Antiquity, Vol. 62, Nº 1, Jan., 1997.
SHEPARD, Anna. Ceramics for the archaeologists. Washington: Carnagie Institution, 1985.
TOFANI, Frederico. Erejakasó piáng? As culturas sambaquieira, Aratu, Tupiguarani e portuguesa e a produção do espaço do Extremo Sul da Bahia, Brasil. Tese (Doutorado). Belo Horizonte: UFMG, 2008.
UFG, Universidade Federal de Goiás. Bonecas Karajá: arte, memória e identidade indígena no Araguaia. Dossiê descrito dos modos de fazer ritxoko. Goiânia, 2011.
WALLIS, Neill; BOULANGER, Matthew; FERGUSON, Jeffrey; GLASCOCK, Michael. Woodland period ceramic provenance and the exchange of Swift Creek Complicated Stamped vessels in the southeastern United States. Journal of Archaeological Science, v. 37, nº 10, p. 2598-2611, 2010.
WELSCH, Robert; TERRELL, John Edward. Material Culture, Social Fields, and Social Boundaries on the Sepik Coast of New Guinea. In: STARK, Miriam T. The archaeology of social boundaries. Washington: Smithsonian Institucion Press, 1998.
WINGE, Manfredo. Glossário Geológico Ilustrado. 2001. Disponível em: http://sigep.cprm.gov.br/glossario/ (Acesso em abril de 2020).
WILLEY, Gordon; PHILLIPS, Philip. Method and teory in American Archaeology. Chicago: University of Chicago Press, 1958.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Morgana Cavalcante Ribeiro, Rodrigo Lessa Costa, Maria Conceição Soares Meneses Lage, Benedito Batista Farias Filho

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.