A estearia do Formoso: um enclave Inciso-Ponteado/Arauquinoide no Maranhão

Autores

Palavras-chave:

Estearias, Baixada Maranhense, Tradição Inciso-Ponteada/Arauquinoide, Fase Formoso

Resumo

Este artigo debruça-se na estearia do Formoso, um sítio arqueológico pré-colonial formado por palafitas na região estuarina da Baixada Maranhense. A análise do material cerâmico desse sítio evidenciou características tecnológicas semelhantes à da Tradição Inciso-Ponteada/Arauquinoide. Nesse sentido, sugere-se uma nova fronteira geográfica para a dispersão dessa Tradição, sendo o Maranhão, a porção mais oriental da expansão destes grupos humanos. A análise espacial do assentamento mostrou uma área linear conectada, possivelmente por uma ponte, a outro conjunto circular. O estudo dos artefatos coletados corroborou para a interpretação de que a área linear é um espaço mais cerimonial enquanto que a circular, mais residencial. A estearia do Formoso apresenta uma forma inédita de habitação indígena nunca antes descrita na Antropologia e na Arqueologia das Terras Baixas da América do Sul.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Alexandre Guida Navarro, Universidade Federal do Maranhão

Professor do Departamento de História (DEHIS), da Pós-Graduação em História e Conexões Atlânticas (PPGHIS) e Coordenador do Laboratório de Arqueologia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Professor do Programa de Pós-Graduação em Diversidade Sociocultural do Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG).

Referências

AB’SABER, Aziz N. Brasil: paisagens de exceção: o litoral e o pantanal matogrossense: patrimônios básicos. Cotia: Ateliê, 2006.

ALENCASTRE, José M. P. de. Memoria chronologica, historica e corographica da Provincia do Piauhy. Revista do Instituto Historico e Geographico Brazileiro, v. 20, p. 5-164, 1857.

ARAÚJO, Naíla A. de et al. Os mitos do lago Formoso em Penalva, Baixada Maranhense: uma estratégia de conservação que desaparece. Revista Pós Ciências Sociais, v. 12, n. 24, p. 277-300, 2015.

ARNOLD, D. E. Ceramic Theory and Cultural Process. Cambridge (GB): Cambridge University Press, 1985.

BARRETO, Cristiana. Corpo, comunicação e conhecimento: reflexões para a socialização da herança arqueológica na Amazônia. Revista de Arqueologia, v. 26, n. 1, p. 112-129, 2013.

BECQUELIN, P. Recherches archéologiques dans le Haut Xingu, Mato Grosso, Brésil. Journal de la Société des Américanistes, v. 86, p. 9-48, 2000.

BLACK, Francis L. et al. Failure of linguistic to predict genetic distances between the Waiãpi and other tribes of Lower Amazonia. American Journal of Physical Anthropology, v. 60, p. 327-335, 1983.

BOOMERT, Arie. Gifts of the Amazons: “green stone” pendants and beads as items of ceremonial exchange in Amazonia and the Caribbean. Antropologica, v. 67, p. 33-54, 1987.

COSTA, Karina S. P. et al. Estudo da potencialidade hídrica da Amazônia maranhense através do comportamento de vazões. In: MARTINS, Marlúcia B.; OLIVEIRA, Tadeu G. de (org.). Amazônia maranhense: diversidade e conservação. Belém: MPEG, 2011. p. 71-89.

COSTA, Maria H. F.; MALHANO, Hamilton B. Habitação indígena brasileira. In: RIBEIRO, Darcy (ed.). Suma etnológica brasileira. Rio de Janeiro: Vozes, 1986. v. 2, p. 27-94.

COUTET, Claude. Archéologie du littoral de Guyane: une approche technologique de la céramique amérindienne. Saarbrücken (DE): Universitaires Européennes, 2011.

COUTET, Claude. La Tradición Arauquinoíde de la Guyana Francesa: los complejos Barbakoeba y Thémire. In: BARRETO, Cristiana; LIMA, Helena P.; BETANCOURT, Carla J. (org.). Cerâmicas arqueológicas da Amazônia: rumo a uma nova síntese. Belém: Iphan: Ministério da Cultura, 2016. p. 75-90.

CROCKER, William H.; CROCKER, Jean G. The Canela: Kinship, Ritual, and Sex in an Amazonian tribe. 2. ed. Belmont (US): Wadsworth, 2004.

CRUXENT, José M.; ROUSE, Irving. An Archaeological Chronology of Venezuela. Washington, DC (US): Pan American Union, 1958-1959. 2 v.

DANIEL, João. Tesouro descoberto no máximo rio Amazonas. Rio de Janeiro: Contraponto, 2004 [1174-1776]. 2 v.

D’ABEVILLE, Claude. História da missão dos padres capuchinhos na ilha do Maranhão e terras circunvizinhas. Brasília, DF: Senado Federal, 2008 [1614]. (Edições do Senado Federal, 105).

D’ÉVREUX, Yves. Continuação da história das coisas mais memoráveis acontecidas no Maranhão nos anos 1613 e 1614. Brasília, DF: Senado Federal, 2008 [1615]. (Edições do Senado Federal, 94).

FARIAS FILHO, Marcelino S. Histórico de ocupação e evolução dos aspectos humanos da microrregião da Baixada Maranhense. In: NAVARRO, Alexandre G. (org.). A civilização lacustre e a Baixada Maranhense: da Pré-História dos campos inundáveis aos dias atuais. São Luís: Café e Lápis: Edufma, 2019. p. 69-87.

FAUSTO, Carlos. Inimigos fiéis: história, guerra e xamanismo na Amazônia. São Paulo: Edusp, 2001.

FERGUSON, Richard B. Yanomami warfare: a political history. Santa Fe (US): School of American Research Press, 1995.

FRANCO, J. R. C. Segredos do rio Maracu: a hidrogeografia dos lagos de reentrâncias da Baixada Maranhense, sítio Ramsar, Brasil. São Luís: Edufma. 2012.

GOMES, Denise M. C. Cerâmica arqueológica da Amazônia: vasilhas da coleção Tapajônica MAE-USP. São Paulo: Edusp: Fapesp, 2002.

GOMES, Denise M. C. Images of Transformation in the Lower Amazon and the Performativity of Santarém and Konduri pottery. Journal of Social Archaeology, v. 22, n. 1, p. 82-103, 2022.

GOMES, Denise M. C. O lugar dos grafismos e das representações na arte pré-colonial amazônica. Mana, v. 22, n. 3, p. 671-703, 2016.

GOMES, Denise M. C. Politics and Ritual in Large Villages in Santarém, Lower Amazon, Brazil. Cambridge Archaeological Journal, v. 27, n. 2, p. 275-293, 2017.

GUAPINDAIA, Vera Lúcia C. Além da margem do rio: a ocupação Konduri e Pocó na região de Porto Trombetas, PA. 2008. Tese (Doutorado em Arqueologia) – Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.

HECKENBERGER, Michael J. The Ecology of Power: Culture, Place, and Personhood in the Southern Amazon, A.D. 1000-2000. New York (US): Routledge, 2005.

HUGH-JONES, Christine. From the Milk River: Spatial and Temporal Processes in Northwest Amazonia. Cambridge (GB): Cambridge University Press, 1979.

HUGH-JONES, Stephan. The Palm and the Pleiades: Initiation and Cosmology in Northwest Amazonia. Cambridge (GB): Cambridge University Press, 1979.

IRIARTE, José et al. Geometry by Design: Contribution of Lidar to the Understanding of Settlement Patterns of the Mound Villages in SW Amazonia. Journal of Computer Applications in Archaeology, v. 3, n. 1, p. 151-169, 2020.

KIDDER II, Alfred. Archaeology of Northwestern Venezuela. Cambridge (US): Peabody Museum Press, 1948.

LATHRAP, Donald W. The Upper Amazon. London (UK): Thames and Hudson, 1970.

LÉVI-STRAUSS, Claude. Guerra e comércio entre os índios da América do Sul. In: SCHADEN, Egon (org.). Leituras de etnologia brasileira. São Paulo: Editora Nacional, 1976. p. 325-339.

LOPES, Raimundo. A civilização lacustre do Brasil. Boletim do Museu Nacional, v. 1, n. 2, p. 87-109, 1924.

LOPES, Raimundo. Uma região tropical. Rio de Janeiro: Fon-Fon e Seleta, 1970. (Coleção São Luís, 2).

MARTINS, Marlúcia B.; OLIVEIRA, Tadeu G. de (org.). Amazônia maranhense: diversidade e conservação. Belém: MPEG, 2011.

MATTA, Roberto da. Um mundo dividido: a estrutura social dos índios Apinayé. Petrópolis: Vozes, 1976.

MEGGERS, Betty. Amazônia: a ilusão de um paraíso. Belo Horizonte: Itatiaia, 1976.

MEGGERS, Betty J.; EVANS, Clifford. An Experimental Formulation of Horizon Styles in the Tropical Forest Area of South America. In: LOTHROP, Samuel K. (ed.) Essays in Pre-Columbian Art and Archaeology. Cambridge (US): Harvard University Press, 1961. p. 372-388.

MEGGERS, Betty J.; EVANS, Clifford. Archeological Investigations at the Mouth of the Amazon. Washington, DC (US): Smithsonian Institution, 1957. (Bureau of American Ethnology Bulletin, 167).

MELATTI, Julio C. Índios do Brasil. São Paulo: Edusp, 2007.

MORAES, Caio A. de et al. Holocene Coastal Environmental Changes Inferred by Multi-Proxy Analysis from Lago Formoso sediments in Maranhão State, Northeastern Brazil. Quaternary Science Reviews, v. 273, 107-234, 2021.

MORAES, Claide de P. Aldeias circulares na Amazônia Central: um contraste entre fase Paredão e Guarita. In: PEREIRA, Edithe; GUAPINDAIA, Vera (org.). Arqueologia amazônica. Belém: MPEG: Iphan, 2010. v. 2, p. 581-604.

NIMUENDAJÚ, Curt. A habitação dos Timbira. Revista do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, v. 8, p. 76-101, 1944.

NIMUENDAJÚ, Curt. The Eastern Timbira. Berkeley (US): University of California Press, 1946. (University of California Publications in American Archaeology and Ethnology, 41).

NIMUENDAJÚ, Curt. The Gamella Indians. Primitive Man, v. 10, n. 3/4, p. 58-71, 1937.

NAVARRO, Alexandre G. As cidades lacustres do Maranhão: as estearias sob um olhar histórico e arqueológico. Diálogos, v. 21, n. 3, p. 126-142, 2017.

NAVARRO, Alexandre G. La anaconda como serpiente-canoa: mito y chamanismo en la Amazonía Oriental, Brasil. Boletín de Antropologia, v. 36, n. 61, p. 164-186, 2021.

NAVARRO, Alexandre G. Morando no meio de rios e lagos: mapeamento e análise cerâmica de quatro estearias do Maranhão. Revista de Arqueologia, v. 31, n. 1, p. 73-103, 2018a.

NAVARRO, Alexandre G. New Evidence for Late First-Millennium AD Stilt-House Settlements in Eastern Amazonia. Antiquity, v. 92, n. 366, p. 1586-1603, 2018b.

NAVARRO, Alexandre G. O complexo cerâmico das estearias do Maranhão. In: BARRETO, Cristiana; LIMA, Helena P.; BETANCOURT, Carla J. (org.). Cerâmicas arqueológicas da Amazônia: rumo a uma nova síntese. Belém: Iphan: Ministério da cultura, 2016. p. 167-177.

NAVARRO, Alexandre G.; PROUS, André. Os muiraquitãs das estearias do Lago Cajari depositados no Museu Nacional (RJ): estudo tecnológico, simbólico e de circulação de bens de prestígio. Revista de Arqueologia, v. 33, n. 2, p. 66-91, 2020.

NAVARRO, Alexandre G.; REIS, A. H. C.; OLIVEIRA, W. C. Arqueologia nas fronteiras da Baixada Maranhense: as ocupações pré-históricas dos sítios Boca do Campo e Mearim 01 e possíveis relações com as estearias. Tessituras: Revista de Antropologia e Arqueologia, v. 8, p. 62-92, 2020.

NAVARRO, Alexandre G.; ROOSEVELT, Anna C. New Evidence of the Formative in the Amazon: A Stilt Village Culture in Maranhão, Brazil. Boletín Antropológico, ano 39, n. 102, p. 196-224, 2021.

NAVARRO, Alexandre G. et al. O muiraquitã da estearia da Boca do Rio, Santa Helena, Maranhão: estudo arqueológico, mineralógico e simbólico. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi: Ciências Humanas, v. 12, n. 3, p. 869-894, 2017.

ORAMAS, Luis R. Apuntes sobre arqueología venezolana. In: PAN AMERICAN SCIENTIFIC CONGRESS, 2, 1916, Washington, DC (US). Proceedings […]. Washington, DC (US): Government Printing Office, 1917. p. 138-145.

OVIEDO Y VALDÉS, Gonzalo F. de. Historia General y Natural de las Indias, Islas y Tierras-Firme del Mar Océano. Madrid (ES): Real Academia de la Historia, 1851 [1535].

PESSOA, Cliverson et al. Aldeia circular e os correlatos da ocupação indígena na margem esquerda da Cachoeira de Santo Antônio. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi: Ciências Humanas, v. 15, n. 2, e20190083, 2020.

PORRO, Antônio. As crônicas do Rio Amazonas: tradução, introdução e notas etno-históricas sobre as antigas populações indígenas da Amazônia. Petrópolis: Vozes, 1993.

PORRO, Antônio. O povo das águas: ensaios de etno-história amazônica. Manaus: Edua, 2017.

RAYMOND, J. S. From Potsherds to Pots: A First Step in Constructing Cultural Context from Tropical Forest Archaeology. In: STAHL, P. (ed.). Archaeology in the Lowland American Tropics: Current Analytical Methods and Applications. Cambridge (GB): Cambridge University Press, 1985. p. 224-242.

REICHEL-DOLMATOFF, Gerardo. Amazonian Cosmos: The Sexual and Religious Symbolism of the Tukano Indians. Chicago (US): University of Chicago Press, 1971.

RICE, Prudence M. Pottery Analysis: A Sourcebook. Chicago (US): Chicago University Press, 1982.

ROOSEVELT, Anna C. Early Pottery in the Amazon: Twenty Years of Scholarly Obscurity. In: BARNETT, William K.; HOOPES, John W. The Emergence of Pottery: Technology and Innovation in Ancient Societies. Washington, DC (US): Smithsonian Institution Press, 1995. p. 115-131.

ROOSEVELT, Anna C. Method and Theory of Early Farming: the Orinoco and Caribbean Coasts of South America. Earth Science Research, v. 6, n. 1, p. 1-42, 2017.

ROOSEVELT, Anna C. Moundbuilders of the Amazon: Geophysical Archaeology on Marajo Island, Brazil. San Diego (US): Academic Press, 1991. (Studies in Archaeology).

ROOSEVELT, Anna C. Parmana: prehistoric maize and manioc subsistence along the Amazon and Orinoco. New York (US): Academic Press, 1980. (Studies in Archaeology).

ROOSEVELT, Anna C. The excavations at Corozal, Venezuela: stratigraphy and ceramic seriation. New Haven (US): Yale University, 1997. (Yale University Publications in Anthropology, 83).

ROSTAIN, Stéphen. Cacicazgos guyanenses: mito o realidad? In: PEREIRA, Edithe; GUAPINDAIA, Vera (org.). Arqueologia amazônica. Belém: MPEG: Iphan, 2010. v. 1, p. 169-192.

ROSTAIN, Stéphen. La cerámica de las Guyanas. In: BARRETO, Cristiana; LIMA, Helena P.; BETANCOURT, Carla J. (org.). Cerâmicas arqueológicas da Amazônia: rumo a uma nova síntese. Belém: Iphan: Ministério da Cultura, 2016. p. 59-74.

ROSTAIN, Stéphen; VERSTEEG, Aard H. The Arauquinoid Tradition in the Guianas. In: DELPUECH, André; HOFMAN, Corinne L. (ed.). Late Ceramic Age Societies in the Eastern Caribbean. London (GB): Archaeopress, 2004. p. 233-250. (Bristish Archaeological Report International Series, 1273).

ROTH, Walter E. An Inquiry into the Animism and Folklore of the Guiana Indians. Thirtieth Annual Report of the Bureau of American Ethnology, 1908-1909, p. 103-386, 1915.

SÁ, Cristina. Observações sobre a habitação em três grupos indígenas brasileiros. In: NOVAES, Sylvia M. C. (org.). Habitações Indígenas. São Paulo: Nobel: Edusp, 1983. p. 103-145.

SHEPARD, A. Ceramics for the Archaeologist. Washington, DC: Carnegie Institution of Washington, 1956. (Publication, 609).

SILVA JUNIOR, J. S. E.; NAVARRO, Alexandre Guida. Cosmologia e adaptação ecológica: o caso dos apliques-mamíferos das estearias maranhenses. Revista Anthropológicas, v. 30, p. 203-233, 2020.

SIMÕES, Mário F. Índice das fases arqueológicas brasileiras: 1950-1971. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi, 1972. (Publicações avulsas, 18).

TONEY, Joshua. Cerâmica e história indígena do Alto Xingu. In: BARRETO, Cristiana; LIMA, Helena P.; BETANCOURT, Carla J. (org.). Cerâmicas arqueológicas da Amazônia: rumo a uma nova síntese. Belém: Iphan: Ministério da Cultura, 2016. p. 235-247.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo (org.). Antropologia do parentesco: estudos ameríndios. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 1995.

WILLEY, Gordon R. An Introduction to American Archaeology: South America. Englewood Cliffs (US): Prentice-Hall, 1971. v. 2.

WÜST, Irmhild; BARRETO, Cristiana. The Ring Villages of Central Brazil: a challenge for Amazonian Archaeology. Latin American Antiquity, v. 10, n. 1, p. 3-23, 1999.

Downloads

Publicado

2023-05-25

Como Citar

NAVARRO, A. G. A estearia do Formoso: um enclave Inciso-Ponteado/Arauquinoide no Maranhão. Revista de Arqueologia, [S. l.], v. 36, n. 2, p. 166–193, 2023. Disponível em: https://revista.sabnet.org/ojs/index.php/sab/article/view/1025. Acesso em: 3 jun. 2023.

Edição

Seção

Artigo