Na comida de minha vó, um encontro ancestral: reflexões arqueológicas acerca do preparo do quiabo enquanto um mediador de relações afrodiaspóricas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24885/sab.v37i1.1139

Palavras-chave:

arqueologia, diáspora, quiabo

Resumo

Este trabalho pretende tratar de retorno. Retorno à minha vó, quando transfiro a outros aquilo que com ela aprendi, celebrando e reverenciando sua intelectualidade. Retorno à arqueologia, quando me dedico a pensar os percursos que me antecedem, buscando entrelaçá-los com outras sabenças que permitam vislumbrar a ampliação de horizontes do que pode ser esse campo.  Entendendo a arqueologia enquanto um modo de construir narrativas a partir do enfoque nas relações com os materiais, e acredito que o campo oferte reflexões que possibilitem algo interessante no exercício de pensar amplamente as materialidades como agentes mediadores em contextos afrodiaspóricos.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luana Rodrigues Nascimento, Universidade Federal de Minas Gerais

Graduanda do bacharelado em Antropologia, com habilitação em Arqueologia, pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Referências

BINFORD, Lewis R. 1983. Capítulo VI - Caçadores na paisagem. In: Binford, L. R. Em busca do passado - A descodificação do registro arqueológico. Portugal: Publicações Europa-América. pp: 137-178.

CODEVILLA, Fernanda Soares. Arqueologia da alimentação no Mundo Moderno:: consumo de comida-bebida entre os foqueiros, lobeiros e baleeiros na Antártica. Sabores Geográficos, [s. l.], p. 8-22, 2018.

EVARISTO, Conceição. (2009). Literatura negra: uma poética de nossa afro-brasilidade. Scripta. v.13, n.25, p. 17-31

DE ABREU, Rafael. Materialidades discriminatórias: racismo concretizado no cotidiano. Tessituras: Revista de Antropologia e Arqueologia, v. 9, n. 1, p. 63-91, 2021.

GELEDÉS. Do quiabo ao dendê, caruru baiano é marco do sincretismo na gastronomia. Disponível em: https://www.geledes.org.br/do-quiabo-ao-dende-caruru-baiano-e-marco-do-sincretismo-na-gastronomia/#:~:text=Do%20quiabo%20ao%20dend%C3%AA%2C%20caruru%20baiano%20%C3%A9%20marco%20do%20sincretismo%20na%20gastronomia,-Patrim%C3%B4nio%20Cultural&text=Tradi%C3%A7%C3%A3o%20de%20S%C3%A3o%20Cosme%20e,comum%20na%20BA%20neste%20domingo.&text=%C3%89%20com%20cebola%2C%20camar%C3%A3o%20seco,que%20a%20escolha%20do%20quiabo.

HARTEMANN, Gabby; DE MORAES, Irislane Pereira. Contar histórias e caminhar com ancestrais: por perspectivas afrocentradas e decoloniais na arqueologia. Vestígios: Revista Latino-Americana de Arqueologia Histórica. v.12 (2): 7-34. 2018

HARAWAY, Donna. Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial. Cad.Pagu (5), p.7-41. 1995.

HODDER, Ian. The Meaning of Discard: Ash and Domestic Space in Baringo. In: Method and Theory for Activity Areas Research. Kent, S.(ed) NY: Columbia University Press. pp: 424-447. 1987

ISNARDIS, Andrei. Pinturas rupestres urbanas: uma etnoarqueologia das pichações em Belo Horizonte. Revista de Arqueologia SAB 10:143-161. 1997

LOPES, Nei. Enciclopédia brasileira da diáspora Africana. São Paulo: Selo Negro, 2004. 4.ed. São Paulo: Selo Negro, 2011.

LOWENHAUPT TSING, Anna. Paisagens arruinadas (e a delicada arte de coletar cogumelos). Cadernos do LEPAARQ, [s. l.], v. XV, n. 30, Julho-Dezembro 2020.

MAKUXI, Jaider Esbell. AUTODECOLONIZAÇÃO – UMA PESQUISA PESSOAL NO ALÉM COLETIVO. Cadernos do LEPAARQ (UFPEL), v. 19, n. 37, p. 17-25, 2022.

MILLION, Tara. Developing an Aboriginal Archaeology: Receiving Gifts from the White Buffalo Calf Woman. In Claire Smith & Hans Martin Wobst (eds.), Indigenous Archaeologies: Decolonizing Theory and Practice.Routledge, p.43-55. 2005.

MBEMBE. Achille. Crítica da Razão Negra. N-1, 2018

NASCIMENTO, Beatriz. O negro visto por ele mesmo. Rio de Janeiro, Revista Manchete, setembro, 1976b.

PALLAS/CRIOLA. O Livro da Saúde das Mulheres Negras: nossos passos vêm de longe. Rio de Janeiro: 2002

PASSOS, Lara de Paula. Arqueopoesia: uma proposta feminista afrocentrada para o universo arqueológico. Dissertação de mestrado. Programa de Pós Graduação em Antropologia-Àrea de concentração: Arqueologia. Faculdade de Ciências Humanas e Filosofia da Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte. 2019

PETIT, Sandra Haydée. Pretagogia: pertencimento, corpo-dança afroancestral e tradição oral africana na formação de professoras e professores: contribuições do legado africano para a implementação da Lei n° 10.639/03. EdUECE, 2015.

PRIPRA, Walderes Cocta. Lugares de acampamento e memória do povo Laklãnõ/Xokleng, Santa Catarina. Dissertação de mestrado. Universidade Federal de Santa Catarina. 2021

SILVA, Fabíola Andréa; BESPALEZ, Eduardo; STUCHI, Francisco Forte. Arqueologia Colaborativa na Amazônia: Terra Indígena Kuatinemu, Rio Xingu, Pará. Amazônica - Revista de Antropologia, [S.l.], v. 3, n. 1, nov. 2011.

Downloads

Publicado

2024-01-31

Como Citar

RODRIGUES NASCIMENTO, Luana. Na comida de minha vó, um encontro ancestral: reflexões arqueológicas acerca do preparo do quiabo enquanto um mediador de relações afrodiaspóricas. Revista de Arqueologia, [S. l.], v. 37, n. 1, p. 64–81, 2024. DOI: 10.24885/sab.v37i1.1139. Disponível em: https://revista.sabnet.org/ojs/index.php/sab/article/view/1139. Acesso em: 25 jan. 2025.