A variabilidade dos trançados dos Asurini do Xingu

Uma reflexão etnoarqueológica sobre função, estilo e frequência dos artefatos

Autores

  • Fabíola Andréa Silva Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

Variabilidade artefatual, trançados, Asurini do Xingu

Resumo

A compreensão das causas e do significado da variabilidade arte fatual encontrada no registro arqueológico é um dos objetivos mais importantes da pesquisa arqueológica. Em geral, os estudos sobre o tema consideram quatro dimensões da variabilidade: 1) a formal; 2) a quantitativa; 3) a espacial; e 4) a relacional. Este trabalho mostra, através de uma abordagem etnoarqueológica, que a variabilidade formal e quantitativa dos objetos trançados Asurini está relacionada com aspectos da sua organização social e econômica, da sua cosmologia e da sua interação com o mundo dos “brancos”.

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Publicado

2009-12-30

Como Citar

SILVA, Fabíola Andréa. A variabilidade dos trançados dos Asurini do Xingu: Uma reflexão etnoarqueológica sobre função, estilo e frequência dos artefatos. Revista de Arqueologia, [S. l.], v. 22, n. 2, p. 17–34, 2009. Disponível em: https://revista.sabnet.org/ojs/index.php/sab/article/view/272. Acesso em: 12 out. 2024.

Edição

Seção

Artigo