Para além da monumentalidade
o papel social da Arqueologia da Arquitetura no reconhecimento e valorização de narrativas e patrimônios invisibilizados
DOI:
https://doi.org/10.24885/sab.v35i2.918Palavras-chave:
Arqueologia da Arquitetura, Patrimônio Edificado, Pelotas - RSResumo
Este texto propõe debater sobre os processos de seleção e sobre as políticas de preservação de Bens Culturais em Pelotas-RS. Uma análise sobre o reconhecimento do conjunto histórico, que buscou entender as articulações municipais e federais na proposta de preservação, evidenciou uma predileção à valorização da arquitetura eclética dos séculos XIX e XX como Bens Culturais representativos da história local. A partir de uma aproximação entre a perspectiva crítica dos estudos sobre patrimônio e a Arqueologia da Arquitetura, procuramos identificar tratativas contradiscursivas sobre o patrimônio edificado local, evidenciando o papel social do fazer arqueológico no reconhecimento de patrimônios invisibilizados. Como exemplos serão abordados o Passo do Negros e a zona industrial do Porto de Pelotas.
Downloads
Referências
ALFONSO, Louise P.; RIETH, Flavia. Narrativas de Pelotas e Pelotas Antiga: a cidade enquanto Bem Cultural. In: SCHIAVON, Carmem B.; PELEGRINI, Sandra de Cássia (org.). Patrimônios Plurais: Iniciativas e desafios. 1. ed. Rio Grande: Editora da FURG, 2016. p. 131–147.
ATENCIO, Lautaro N. Tráfico de metales en el área centro-sur andina: factos y expectativas. Cuadernos del Instituto Nacional de Antropología y Pensamiento Latinoamericano, v. 12, n. 1, p. 73-105, 1987. Disponível em: https://revistas.inapl.gob.ar/index.php/cuadernos/article/view/414
BRASIL. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Ministério da Cultura. Parecer da relatora do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural ao processo de tombamento n° 1.512-T-03. Conjunto Histórico de Pelotas. 2018.
CALDARELLI, Solange B. Pesquisa Arqueológica em projetos de infraestrutura: a opção pela preservação. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico nacional – Patrimônio Arqueológico: o desafio da preservação. n. 33, p. 153-173, 2007. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/publicacao/revista_33compressed.pdf
ESSINGER, Cintia V. Entre a fábrica e a rua: a Companhia Fiação e Tecidos e a criação de um espaço operário. Bairro da Várzea, Pelotas, RS (1953 – 1974). Dissertação (Mestrado em Memória e Patrimônio Social) – Instituto de Ciências Humanas, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2009. Disponível em: http://guaiaca.ufpel.edu.br:8080/handle/123456789/970
FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir: Nascimento da prisão. 42ª ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2014.
GEEUR. Dossiê pela Patrimonialização do Passo dos Negros. Universidade Federal de Pelotas. Pelotas, 2019.
GRALHA, Julio C. M. Mundo Antigo na Cidade Rio de Janeiro: Arquitetura e Iconografia como Legitimidade nas Relações de Poder. In: Simpósio Nacional de História – ANPUH, XXVI., 2011, São Paulo. Anais eletrônicos [...]. São Paulo: ANPUH, 2011. Disponível em: http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1300214921_ARQUIVO_MundoAntigonaCidadedoRiodeJaneiro.pdf
GUTIERREZ, Ester J. B. Negros, Charqueadas e Olarias: um estudo sobre o espaço pelotense. Pelotas: Ed. UFPel, 2001.
GUTIERREZ, Ester J. B. Barro e sangue: mão-de-obra, arquitetura e urbanismo em Pelotas 1777-1888. Tese (Doutorado em História do Brasil) – Escola de Humanidades, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1999.
HERÉDIA, Vania B. M.; TRONCA, Bruna. Patrimônio Industrial e Turismo: a vila operária de Galópolis. ROSA DOS VENTOS, v. 8, p. 343-358, 2016. doi: http://dx.doi.org/10.18226/21789061.v8i3p343
IPHAN. Programa monumenta: Porto Alegre. Organização de Briane Bicca. Brasília: IPHAN, 2010.
IPHAN. Pelotas (RS) recebe certificado de Patrimônio Cultural. IPHAN, 30 mai. 2018. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/rs/noticias/detalhes/4675/pelotas-rs-recebe-certificado-de-patrimonio-cultural#:~:text=Os%20dois%20instrumentos%20de%20prote%C3%A7%C3%A3o,Conselho%20Consultivo%20do%20Patrim%C3%B4nio%20Cultural.
JOYCE, Rosemary A. Solid histories for fragile nations: archaeology as cultural patrimony. In: MESKELL, Lynn; PELS, Peter. (org.). Embedding ethics. London: Bloomsbury Academic, 2005. p. 253-274. doi: http://dx.doi.org/10.5040/9781474214759.ch-011
KOHL, Philip L. Making the Past Profitable in an Age of Globalization and National Ownership: Contradictions and Considerations. In: ROWAN, Yorke M.; BARAM, Uzi. (org.) Marketing heritage: Archaeology and the consumption of the past. Walnut Creek: Altamira Press, 2004. p. 295-301.
KÜHL, Beatriz M. História e Ética na Conservação e na Restauração de Monumentos Históricos. Revista CPC, São Paulo, v.1, n.1, p. 16-40, 2006.
LITTLE, Barbara J. What can archaeology do for justice, peace, Community and the Earth? Historical Archaeology, v. 43, n.4, p.115-119, 2009. Disponível em: www.jstor.org/stable/25617585
LUMBRERAS, Luis G. La arqueología como ciencia social. Lima: Ediciones Histar, 1974.
MCGUIRE, Randall H. Contested Pasts: Archaeology and Native Americans. In: MESKEL, Lynn; PREUCEL, Robert W. A companion to socila archaeology. Oxford: Backwell Publishing, 2007.
MAESTRI, Mário. Breve história do Rio Grande do Sul: da Pré-História aos dias atuais. Passo Fundo: Editora UPF, 2010.
MATHIAS, Simone Fernandes. Passo dos Negros: entre narrativas, etnografias e conflitos. Dissertação (Mestrado em Antropologia) – Instituto de Ciências Humanas, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2020. Disponível em: http://guaiaca.ufpel.edu.br:8080/handle/prefix/6907
MORSE, Michael A. Seeking an Ethical Balance in Archaeological Practice in Ecuador. Journal of Anthropological Research, v.50, n.2, p. 169-182, 1994. Disponível em: http://www.jstor.org/stable/3630457
MORTENSEN, Lena. (2007) Working Borders: Contextualizing Copán Archaeology. Archaeologies: Journal of the World Archaeological Congress, v.3, n.2, p. 132-152, 2007.
POBLETE, Daniella J. A Proposal for Approaching the Archaeological Heritage of the Belém Community (Region of Tarapacá, Chile). Chungara, Revista de Antropologia Chilena. v. 35, n. 2, p. 327-335, 2003.
PELOTAS. Prefeitura Municipal. LEI Nº 5.502, DE 11 DE SETEMBRO DE 2008. Institui o Plano Diretor Municipal e estabelece as diretrizes e proposições de ordenamento e desenvolvimento territorial no Município de Pelotas. Pelotas: 2008.
PELOTAS. Prefeitura Municipal. LEI Nº 6.636 DE 03 DE OUTUBRO DE 2018. Institui o Plano Diretor Municipal e estabelece as diretrizes e proposições de ordenamento e desenvolvimento territorial no Município de Pelotas. Pelotas: 2018.
RELATÓRIOS PROJETO DE EXTENSÃO NARRATIVAS DO PASSO DOS NEGROS: EXERCÍCIO DE ETNOGRAFIA COLETIVA PARA ANTROPOLÓGOS/AS EM FORMAÇÃO (2016). Pelotas: UFPel, 2016.
ROCHA, Marcelo G. da R. Arqueologia da Escravidão e Patrimônio Cultural no Passo dos Negros (Pelotas, Brasil). Dissertação (Mestrado em Memória Social e Patrimônio Cultural) - Instituto de Ciências Humanas, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2014. Disponível em: http://guaiaca.ufpel.edu.br:8080/handle/prefix/5390
RODRÍGUEZ, Mauricio U.; ALFARO, Leonor A. Archaeology, Cultural Heritage and Native Populations: Reflections from the Atacama Desert. Chungara, Revista de Antropologia Chilena. v. 35, n. 2, p. 295-304, 2003.
ROSA, Rita de C. F. O graffiti e a pixação como atrativo turístico para o bairro Porto em Pelotas: O olhar dos/as moradores/as e frequentadores/as. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Turismo) - Faculdade de Administração e Turismo, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2018.
SÁ BRITTO, Natalia D. S. (2016) Da cidade industrial segregada à cidade pós-industrial fragmentada: reflexões sobre a (re)produção do espaço urbano de Pelotas-RS. GEOUSP Espaço e Tempo (Online), v. 20, n. 3, p. 585-602, 2016. doi: https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2016.89283
SAID, Edward. O orientalismo: o Oriente como invenção do Ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
SCHLEE, Andrey R. O ecletismo na arquitetura pelotense até as décadas de 30 e 40. Dissertação (Mestrado em Arquitetura) – Departamento de Arquitetura, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1993.
SILVEIRA, Flávio L. Abreu da; BEZERRA, Marcia. Educação Patrimonial: Perspectivas e Dilemas. In: LIMA FILHO, Manuel F.; ECKERT, Cornelia; BELTRÃO, Jane F.(org.). Antropologia e patrimônio cultural: diálogos e desafios contemporâneos Blumenau: Nova Letra, 2007. p. 81-97.
SILVEIRA, Melina M. da. O complexo industrial do engenho Pedro Osório a partir da arqueologia da arquitetura. In: ENCONTRO DE PESQUISAS ARQUEOLÓGICAS INVISIBILIZADAS, 1, 2019, Pelotas. Caderno de Resumos [...]. Rio Grande: ARCHE, 2020a. p. 64-66. Disponível em: https://arche.furg.br/anais-de-eventos/11-caderno-de-resumos-do-i-epai
SILVEIRA, Melina M. da. Territorialidades em disputa: normativas e narrativas do Passo dos Negros em Pelotas, RS. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2020b.
SOUZA, Newan A. O. de. Onde ficam as bacabeiras na cidade das bacabas? Arqueologia das paisagens e seus palimpsestos em uma capital no meio do mundo. Trabalho de conclusão de curso (Bacharelado em Arqueologia) – Instituto de Ciências Humanas e da Informação, Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, 2019.
THIESEN, Beatriz V. Arqueologia industrial ou arqueologia da industrialização? Mais que uma questão de abrangência. Revista Eletrônica do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, v.4, p. 1-4, 2006. Disponível em: http://www.labjor.unicamp.br/patrimonio/materia.php?id=161
ZARANKIN, Andrés. Paredes que Domesticam: Arqueologia da Arquitetura Escolar Capitalista. Tese (Doutorado em História Social) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2001. Disponível em: http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/280101
ZARANKIN, Andrés; FUNARI, Pedro P. A. Arqueología de la Arquitectura, uma mirada desde América del Sur. Arqueología de la Arquitectura, n. 17, p. e103, 2020. doi: https://doi.org/10.3989/arq.arqt.2020.011
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Melina Monks da Silveira, Louise Prado Alfonso, Newan Acacio Oliveira de Souza
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.