Um estudo experimental acerca da preservação in situ de artefatos trançados de fibras vegetais
DOI:
https://doi.org/10.24885/sab.v34i3.930Palavras-chave:
cestaria, arqueologia experimental, fluorescência de raios-XResumo
A tecnologia de trançar fibras vegetais tem sido utilizada há milhares de anos na produção de objetos como cestos, cordas, sandálias, esteiras. Contudo, ela possui baixa visibilidade em contextos arqueológicos devido a sua natureza efêmera, e às precárias condições de conservação às quais os objetos têm sido expostos. Excepcionalmente, contudo, resquícios desta tecnologia se preservaram em certos contextos arqueológicos. O objetivo deste estudo a médio/longo prazo é investigar sob quais condições essa preservação foi possível. Para tanto, foram utilizados experimentos que simularam contextos arqueológicos em condições controladas. Os resultados apresentados, embora preliminares, apontam que ambientes a céu aberto são mais nocivos àquelas matérias, porém, dentre os cenários experimentalmente construídos, a areia com mica e sedimento argiloso vermelho com alto teor de fósforo, enxofre e zircônio promoveram uma degradação mais acelerada.
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