Uma arqueologia do não-contato: povos indígenas isolados e a materialidade arqueológica das matas e plantas na Amazônia
DOI:
https://doi.org/10.24885/sab.v35i3.975Palavras-chave:
Arqueologia amazônica, Povos indígenas isolados, Arqueologia do tempo presente, IndigenismoResumo
A partir da institucionalização da política do não-contato pela FUNAI na década de 1980, há uma demanda pelo desenvolvimento de métodos de monitoramento dos povos indígenas isolados, buscando respeitar sua recusa ao contato. Neste cenário, se entrelaçam a arqueologia e o indigenismo. O monitoramento tem por base a análise dos vestígios deixados nas florestas: acampamentos abandonados, caminhos antigos ou recentes, áreas de manejo florestal, armadilhas de pesca e outras marcas gravadas nas árvores, que indicam a presença humana. Se a análise dos vestígios dos povos isolados se conforma como uma arqueologia do tempo presente, então a efetivação da política oficial do isolamento criou uma prática de “arqueologia do não-contato”. Este artigo busca sistematizar uma parte do conhecimento acumulado nas últimas décadas por indigenistas, e integrá-lo à prática arqueológica, a partir da análise de ecofatos que derivam do manejo e do uso de plantas, expressos principalmente em feições antrópicas na mata.
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