Eu tinha um nome, um sorriso, uma ancestralidade e uma voz
DOI:
https://doi.org/10.24885/sab.v37i1.1127Palavras-chave:
Arqueologia, Bioarqueologia, Arqueologia Descolonial, Arqueologia IndígenaResumo
Este artigo foi produzido com o intuito de trazer críticas e falar sobre o processo da bioarqueologia e das análises dos ossos humanos. Uma ideia inicial em busca de uma pesquisa osteológica descolonial, entendendo que a morte possui afeto e que os corpos esqueléticos desenterrados nas escavações são pessoas-ossos. O artigo vai constar com a descrição metodológica usada pela bioarqueologia nas análises osteológicas e a retomada para não esquecer e não permitir que a arqueologia transforme pessoas em materiais sem vida.
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