Entre o Vale do Mulembá e Goiabeiras Velha: a Cadeia Operatória da produção cerâmica contemporânea de Vitória no Espírito Santo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24885/sab.v38i2.1265

Palavras-chave:

Paneleiras de Goiabeiras, Cadeia operatória, Etnoarqueologia, Práticas cerâmicas

Resumo

Este artigo investiga o ofício das Paneleiras de Goiabeiras, patrimônio imaterial registrado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), com foco em sua dimensão arqueológica, pouco explorada. Por meio de abordagem interdisciplinar, que articula etnografia, arqueologia experimental, arqueometria e dados regionais, analisa-se a cadeia operatória da produção cerâmica – desde a obtenção de matérias-primas até a finalização das vasilhas. O estudo também analisa as técnicas de manufatura, queima e acabamento, correlacionando as práticas ancestrais e memórias com dados etnográficos e arqueológicos, com ênfase na morfometria. O trabalho oferece dados para compreender a cerâmica encontrada em sítios arqueológicos da região de Goiabeiras e entorno, ampliando o entendimento sobre o processo de persistência de práticas e interações sociais.

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Publicado

2025-05-15

Como Citar

SILVA, Rúbia de Almeida. Entre o Vale do Mulembá e Goiabeiras Velha: a Cadeia Operatória da produção cerâmica contemporânea de Vitória no Espírito Santo. Revista de Arqueologia, [S. l.], v. 38, n. 2, p. 110–142, 2025. DOI: 10.24885/sab.v38i2.1265. Disponível em: https://revista.sabnet.org/ojs/index.php/sab/article/view/1265. Acesso em: 11 jul. 2025.

Edição

Seção

Dossiê: Arqueologia Histórica dos Grupos Indígenas no Litoral Sudeste