Poder, disputa e múltiplas narrativas históricas
o lugar Kulumbimbi em Mbanza Kongo – Angola
Resumo
Este artigo tem como objetivo apresentar múltiplas narrativas kongo sobre o lugar chamado de Kulumbimbi, na cidade de Mbanza Kongo em Angola. A cidade foi a capital do Reino do Kongo, e mantém entre as populações bakongo uma grande significância, especialmente de cunho religioso e identitário. Estas narrativas tradicionais apresentam o lugar como paisagem ideativa, um elo do passado com o presente, com marcas e vivências que remetem a uma época de prosperidade, paz e soberania. O Kulumbimbi é o lugar dos antepassados, um lugar sagrado e central para a identidade do povo kongo, contrastando, assim, das narrativas colonial portuguesa e da UNESCO, que interpretam o lugar como símbolo do presença lusitana na África.
Downloads
Referências
AMARAL, Ilídio. 1987. Mbanza Kongo, cidade do Congo, ou São Salvador: contribuição para o conhecimento geográfico de uma aglomeração urbana africana ao sul do Equador, nos séculos XVI e XVII. Garcia de Orta, Série Geografia., Lisboa, 12 (1-2),
BATSÎKAMA, Raphael. 1999. L’ancien royaume du Congo et les BaKongo. Paris: Editions L'Harmattan.
BENTLEY, Willian. H. 1900. Pioneering on the Congo (Vol. 1). Fleming H. Revell Company: New York.
BINFORD, Lewis R. 1982. The archaeology of place. Journal of anthropological archaeology, v. 1.
BORTOLAMI, Gabriele. 2002. I Bakongo: società, tradizioni e cambiamento in Angola. Tese de Doutorado. Sassari, Università degli studi di Sassari.
BRÁSIO, Antônio. 1952. Monumenta Missionária Africana. Lisboa: Agência Geral do Ultramar. Vol. 1.
CHRISTOPHER, Hillary. 2012. Manifestations of Ideational Landscapes: Heaven, Hell and Film. Spectrum: UNH Anthropology Department's Online Journal. Fall.
DAPPER, Olfert. Description de L’Afrique. Amsterdam: W. Waesberge, Boom et Van Someren, 1686. pp. 343-344.
DE MARET, Pierre. 2002. Urban origins in central Africa: the case of Kongo. In: Sinclair P. The Development of Urbanism in Africa from a Global Perspective. Uppsala: Uppsala Universiteit, Institution en för arkeologi ochantik historia, Afrikans kochjäm föran de arkeologi.
DOMINGOS, Sonia. L. 2009. Productions céramiques de la région de Luanda et Kibaxe (Angola): contribution à l'étude de la préhistoire recente angolaise. Tese de Doutorado. Toulouse, Université de Toulouse 2.
DOMINGOS, Ziva. 2013. Preservação e valorização do património arqueológico angolano no contexto nacional e mundial: caso do sítio de Mbanza Kongo. Revista Tecnologia e Ambiente, Criciúma, v.19, n.1, p.262-275.
FROMONT, Cecile. 2014. The art of conversion: Christian visual culture in the Kingdom of Kongo. Chapel Hill: UNC Press Books.
HILTON, Anne. 1985. The kingdom of Kongo. Oxford: University Press, USA.
HUTTON, Jeremy. 2009. The Transjordan Palimpsest: The overwritten Texts of Personal Exile and Transformation in the Deutoronomistic History. Berlim: Walter de Gruyter.
KITEWO, Marie-Angèle. 1998. Healing rituals as an expression of religious thought among the Mpangu (of the Democratic Republic of the Congo-Kinshasa). Tese de Doutorado. Londres, SOAS University of London.
KNAPP, A.Barnard. & ASHMORE, Wendy., (Eds.). 1999. Archaeologies of landscape: contemporary perspectives. Wiley-Blackwell.
LAMAN, Karl. 1936. Dictionnaire Kikongo-françaisavec une etude phonétique décrivant les dialects les plus importants de langue dite Kikongo. Bruxelles: Van Campenhout, 1936.
MACGAFFEY, Wyatt. 2016. Constructing a Kongo Identity: Scholarship and Mythopoesis. Comparative Studies in Society and History, 58(1), 159-180.
MAKANANU, Jean Lusikila. 2012. Nkulumbimbi:“la Tour de Babel”. Mpata Ntatu, nº17, 6 de abril de 2012.
MARCUM, John. 1969. The Angolan Revolution: The Anatomy of an Explosion (1950-1962), Cambridge/Mass. & Londres: MIT Press.
MÁXIMO, Bruno Pastre. 2017a. Um lugar entre dois mundos: paisagens de Mbanza Kongo, 312p, Dissertação(Mestrado) – Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo, São Paulo.
MÁXIMO, Bruno Pastre. 2017b. As raízes colonialistas do projeto de patrimônio mundial de Mbanza Kongo. Cadernos de Campo: Revista de Ciências Sociais, v. 23, p. 169-202.
MAXIMO, Bruno Pastre. 2018a. A paisagem de São Salvador do Congo e o discurso colonial português frente a Conferência de Berlim (1884-1885). Vestígios. Revista Latino-americana De Arqueologia Histórica, v. 12, p. 5-29.
MÁXIMO, Bruno Pastre. 2019a. Um lugar entre dois mundos: paisagem ideativa em Mbanza Kongo, Angola. In: SANTOS, Vanicléia; SYMANSKI, Luís; HOLL, Augustin. (Org.). Arqueologia e história da cultura material na África e na diáspora africana. 1ed.Curitiba: Brazil Publishing, v. , p. 101-130.
MÁXIMO, Bruno Pastre. 2019b. Comentários acerca do partido político NGWIZAKO. Revista de Fontes, v. 5, p. 64-75.
MENDONÇA, José. L. 2016. Mbanza Congo mais próxima do património mundial da UNESCO. Portal de Angola, 17 fev. 2015. Disponível em: . Acesso em: 20 out. 2016.
MUANA NA MOTO, 2016. Acheve ou pas, le Musee de Nkamba sera inauguré. 16 de maio de 2016. Acessado dia 20/10/16. http://archives.kimbanguisme.net/fongoDieto/viewtopic.php?f=11&t=599&p=777
PEPPARD, Christiana. 2013. Troubling Waters: the Jordan River between religious imagination and environmental degradation. Jornal of Environmental Studies and Science, junho de, vol.3.
SARRÓ, Ramon; BLANES, Ruy; VIEGAS, Fátima. Deslaurier Christine. 2008. La guerre dans la paix. Ethnicité et angolanité dans l'Église kimbanguiste de Luanda. Politique africaine. (N° 110).
SILVA, Fabíola. A. 2013. Território, lugares e memória dos Asurini do Xingu. Revista de Arqueologia, 26 (1), 28-41.
SWEET, James. H. 2007. Recriar África: cultura, parentesco e religião no mundo afro-português (1441-1770). Lisboa: Edições 70.
THORNTON, John. 2000. Mbanza Kongo/São Salvador: Kongo’s Holy City. In: David Anderson and Richard Rathbone (eds.) Africa’s Urban Past. London and Portsmouth, NH 2000.
THORNTON, John. 2001. The Origins And Early History Of The Kingdom Of Kongo, c. 1350-1550. The International Journal of African Historical Studies, Vol. 34, No. 1.
THORNTON, John. K. 1983. The Kingdom of Kongo: Civil war and transition, 1641-1718. Madison: University of Wisconsin Press.
THORNTON, John. K. 2004. A África e os africanos na formação do mundo atlântico (1400-1800).Rio de Janeiro: Elsevier.
TSHILUILA, Shaje. 1993. Les mémorials prestigieux au Royaume Kongo (No. 41, pp. 189-208). Université Libre de Bruxelles.
UNESCO. Mbanza Kongo, Vestiges of the Capital of the former Kingdom of Kongo. Sem data. Acessado dia 19/03/19. https://whc.unesco.org/en/list/1511
VERHAEGEN, Benoit. 2003. L'ABAKO et l'indépendance du Congo belge: Dix ans de nationalisme kongo, 1950-1960. Paris: Editions L'Harmattan.
VOS, Jelmer. A. 2005. The kingdom of Kongo and its borderlands, 1880-1915. Tese de Doutorado. Londres: SOAS, University of London.
WEEKS, John. 1914. Among the Primitive Bakongo. Seeley: Service and Company.
WING, Van. 1959. Études Bakongo: sociologie, religion et magie. Bruges: Desclée De Brouwe.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Bruno Pastre Maximo

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.