Abordagens educacionais para uma arqueologia parente com comunidades tradicionais da RDS Amanã e da FLONA Tefé, Amazonas.

Autores

DOI:

https://doi.org/10.24885/sab.v36i1.1062

Palavras-chave:

Arqueologia Amazônica, Arqueologia parental, Colaboração, Comunidades tradicionais, Educação patrimonial

Resumo

Esta tese tem como objetivo compreender o papel da socialização do patrimônio arqueológico com comunidades tradicionais inseridas em Unidades de Conservação de Uso Sustentável na Amazônia. Foram desenvolvidas ações com as comunidades de Boa Esperança, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Amanã (RDS Amanã), e de Tauary, na Floresta Nacional de Tefé (FLONA Tefé),ambas  no Médio Solimões, estado do Amazonas. Foram realizadas escutas das histórias de vida de lideranças mais velhas, de professores/as e jovens, marcadas por um hibridismo entre a educação, a etnografia arqueológica e a história oral em decorrência da localização desta pesquisa na fronteira desses campos disciplinares. Também foram desenvolvidas práticas de educação patrimonial nas localidades, uma demanda constante e antiga das famílias e das escolas. Devido à organização de base comunitária das famílias, ao papel das relações de compadrio e ajuda mútua que mudaram suas histórias de vida, existe uma forte gramática local, que convida para a realização das pesquisas de forma colaborativa. Dessa forma, por meio dos aprendizados com as famílias, são apresentados alguns caminhos para uma tradução possível da arqueologia colaborativa, como uma “arqueologia parente”, que tem em sua centralidade a dialogia inerente aos trabalhos educativos. As ações de socialização se diluem nessa abordagem, pois são constitutivas de qualquer arqueologia realizada com essas comunidades. Também é favorecida a produção de histórias não lineares correlacionada às concepções e às memórias locais da materialidade com o tempo da história de longa duração indígena produzida pela arqueologia. Como resultado, é indicado o impacto latente de nossas práticas junto às famílias, o que faz emergir  um rico contexto para a continuidade dos trabalhos, especialmente nessa perspectiva de se “tornar parente”. Também é discutido o contexto propício para a criação de museus comunitários, os quais podem contribuir para o gerenciamento dos referenciais culturais locais e para a gestão do patrimônio arqueológico, compreendido como um meio e não um fim em si mesmo.

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Biografia do Autor

Mauricio André da Silva, Universidade de São Paulo. Museu de Arqueologia e Etnologia

Doutor e mestre em Arqueologia pelo Programa de Pós-graduação em Arqueologia do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP); arqueólogo educador da mesma instituição; colaborador do Grupo de Pesquisa Arqueologia e Gestão do Patrimônio Cultural da Amazônia do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá.

Referências

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 49ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2014.

SILVA, Maurício André. Memórias e Histórias no sudoeste amazônico: o Museu Regional de Arqueologia de Rondônia. Dissertação (Mestrado) – Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015. DOI: https://doi.org/10.11606/D.71.2015.tde-27052015-112059

SILVA, Maurício André da. Abordagens educacionais para uma arqueologia parente com comunidades tradicionais da RDS Amanã e da FLONA Tefé, Amazonas. Tese (Doutorado) – Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2022.

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Publicado

2023-01-18

Como Citar

SILVA, Mauricio André da. Abordagens educacionais para uma arqueologia parente com comunidades tradicionais da RDS Amanã e da FLONA Tefé, Amazonas. Revista de Arqueologia, [S. l.], v. 36, n. 1, p. 267–270, 2023. DOI: 10.24885/sab.v36i1.1062. Disponível em: https://revista.sabnet.org/ojs/index.php/sab/article/view/1062. Acesso em: 20 maio. 2024.

Edição

Seção

Resumo de Tese e Dissertação

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