Análises cerâmicas na arqueologia amazônica

Contribuições da Amazônia central a uma longa trajetória de discussões

Autores

  • Helena Pinto Lima

Palavras-chave:

Arqueologia amazônica, análise cerâmica, classificação

Resumo

Classificação das cerâmicas arqueológicas foi tema bastante debatido entre arqueólogos que trabalharam na Amazônia nas décadas de 1950-70 e evidenciou divergências entre as hipóteses de ocupação da região. As diferentes interpretações dadas a este vestígio partiam de parâmetros classificatórios distintos. Este artigo apresenta as discussões sobre métodos de tratamento da cerâmica arqueológica na Amazônia, contextualizando as abordagens histórica e teoricamente. Num segundo momento expõe a metodologia de análise cerâmica utilizada para interpretar as sequências crono-estratigráficas dos contextos arqueológicos da Amazônia central e adjacências. Para tal, lança mão da análise e tipologia produzidas para o sítio arqueológico Jacuruxi, município de Manacapuru/AM, que desafiam os parâmetros interpretativos adotados e apontam para a necessidade de uma abordagem contextual abrangente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ARROYO-KALIN, M. 2012. Slash-Burn-and-Churn: Landscape History and Crop Cultivation in Pre-Comlumbian Amazonia. In: Quaternary International, nº 249, 2012. Pp. 4-18.

BALÉE, W. 1994. Footprints of the Forest. New York: Columbia University.

BALÉE, W.; ERICKSON, C. 2006. Time and Complexity in Historical Ecology: Studies in Neotropical Lowlands. New York: Columbia University.

BARRETO, C. 2005. Arte e Arqueologia na Amazônia Antiga. Centre for Brazilian Studies, University of Oxford, Working Paper 66.

BARRETO, C. 2009. Meios místicos de reprodução social: arte e estilo na cerâmica funerária da Amazônia antiga. Tese (Doutorado). São Paulo: Universidade de São Paulo.

BARRETO, C. 2013. Beyond pots and pans: ceramic record and context in pre-colonial Amazonia. Paper presented at the 78th Annual Meeting of the Society for American Archaeology, Honolulu, HI.

BOOMERT, Arie. Trinidad, Tobago and the Lower Orinoco Integration Sphere: an archaeological/ethnohistorical study. Alkmaar: Cairi Publications, 2000.

BINFORD, L. 1983. Organization and Formation Processes: Looking at curated Technologies. In: _________. Working at Archaeology. New York: Academic, p. 269-286.

BLEED, P. 2001. Artifice Constrained: What Determines Technological Choice? In: SCHIFFER, M. (Ed.). Anthropological Perspectives on Technology. Albuquerque: University of New Mexico.

CABRAL, M. P.; SALDANHA, J. D. M. 2008. Paisagens megalíticas na costa norte do Amapá. In: Revista de Arqueologia, 21: 09-26.

CHILTON, E.. 1998. The Cultural Origins of Technical Choice: Unraveling Algonquian and Iroquian Ceramic Traditions in the Northeast. In: STARK , M. (Ed.). The Archaeology of Social Boundaries. Washington, D.C. Smithsonian Institution.

COSTA, B. 2012. Levantamento Arqueológico na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Amanã – Estado do Amazonas. Dissertação de Mestrado. Universidade de São Paulo. São Paulo. 161pp.

DeBOER, W.; LATHRAP, D. 1979. The Making and Breaking of Shipibo-Conibo Ceramics. In: KRAMER,

C. (Ed.), Ethnoarchaeology: implications of ethnography for archaeology. New York: Columbia University Press. p. 102-138.

DeBOER, W.; KINTIGH, K.; ROSTOKER, A. 1996. Ceramic seriation and site reoccupation in Lowland South America. Latin American Antiquity, v. 7, n.3, p. 263-278.

DIAS, A. 2003. Sistemas de assentamento e estilo tecnológico: uma proposta interpretativa para a ocupação précolonial do Alto Vale do Rio dos Sinos, Rio Grande do Sul. Tese (Doutorado em Arqueologia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo.

DIAS, A. 2007. Novas perguntas para um velho problema: escolhas tecnológicas. In: Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, Belém, v.2, n.1, p.59-76.

DIAS, A.; SILVA, F. 2001. Sistema tecnológico e estilo: As implicações desta inter-relação no estudo das indústrias líticas do sul do Brasil. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, n. 11, p. 95-108.

DUNNELL, R. C. 1986. Methodological Issues in Americanist Artifact Classification. In: Advances in Archaeological Method and Theory. Vol. 9, p. 149-207. Orlando: Academic Press.

FORD, J. 1954. On the Concept of Types: The Type concept Revisited. American Anthropologist, New Series, v. 56, n. 1, p. 42-57.

FORD, J. 1962. Método cuantitativo para estabelecer cronologias culturales. Washington, Unión Panamericana.

GASSÓN, R. A. 2002. Orinoquia: The Archaeology of the Orinoco River Basin. Journal of World Prehistory 16(3): 237-311.

GOMES, D. 2002. Cerâmica arqueológica da Amazônia. Vasilhas da Coleção Tapajônica MAE–USP, São Paulo, Edusp/Fapesp/Imprensa Oficial do Estado, 355 p.

GOMES, D. 2008. O uso social da cerâmica de Parauá, Santarém, Baixo Amazonas: uma análise funcional. In: Arqueologia Sul-Americana v. 4, n. 1.

GOMES, D. 2010. Os contextos e os significados da arte cerâmica dos Tapajó. In: PEREIRA, E.;

GUAPINDAIA, V. L.C. (Orgs.). Arqueologia Amazônica. Belém: Museu Paraense Emílio Goeldi, SECULT, IPHAN, v. 1, p. 213-234.

HECKENBERGER, M. 2005. The Ecology of Power: Culture, Place and Personhood in the Southern Amazon, AD 1000-2000. New York: Routledge.

HEGMON, M. 1992. Archaeological Research on Style. Annual Review of Anthropology, v. 21, p. 517-36.

HILBERT, P.P. 1968. Archaologisch Untersuchungen am Mittleren Amazonas. Berlin, Dietrich Reimer Verlag.

HOWARD, G.; OSGOOD, C. 1943. An Archaeological Survey of Venezuela. In: Yale University Publications in Anthropology, n. 27.

JAIMES BETANCOURT, C. 2012. La cerámica de la Loma Salvatierra. La Paz: Ed. Plural.

LEMONNIER, P. 1986. The Study of Material Culture Today: Towards an Anthropology of Technical Systems. Journal of Anthropological Archaeology, v. 5, p. 147-186.

LEMONNIER, P. 1992. Elements for an Anthropology of Technology. University of Michigan, Museum of Anthropology, Anthropological Papers, n. 88. Ann Arbor: Michigan.

LIMA, H. 2008. História das Caretas: a Tradição Borda Incisa na Amazônia Central. Tese (Doutorado). São Paulo: Universidade de São Paulo.

LIMA, H. 2013. Variabilidade arqueológica e o estudo de fronteiras culturais na região do baixo rio Urubu. In: LIMA, H. (org.) Fronteiras do Passado: aportes interdisciplinares sobre a arqueologia do baixo rio Urubu, médio Amazonas, Brasil. Manaus: Museu Amazônico, EDUA (no prelo).

LIMA, H. 2014. As cerâmicas Açutuba e Manacapuru da Amazônia central. Comunicação no Simpósio

Cerâmicas Arqueológicas da Amazônia: rumo a uma nova síntese. Belém.

LIMA, H.; NEVES, E.; PETERSEN, J. 2006. A fase Açutuba: um novo complexo cerâmico na Amazônia central. In: Arqueologia Sul-Americana v. 2, n. 1.

LIMA, H. P.; NEVES, E.G. 2011. Cerâmicas da Tradição Borda Incisa / Barrancóide na Amazônia Central. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 21, p.205-230.

LIMA, M. 2014. O rio Unini na arqueologia da bacia do rio Negro. Dissertação (mestrado em arqueologia) – Museu de Arqueologia e Etnologia. São Paulo: Universidade de São Paulo.

LIMA, T. A. 2011. Cultura material: a dimensão concreta das relações sociais. In: Bol. Mus. Para. Emílio Goeldi. Cienc. Hum., Belém, v. 6, n. 1, p. 11-23, jan.- abr.

LONEY, H. 2000. Society and Technological Control: a Critical Review of Models of Technological Change in Ceramic Studies. American Antiquity, v. 65, n. 4, p. 646-668.

MACHADO, J. 2005-2006. O Potencial interpretativo das análises tecnológicas: um exemplo amazônico. In: Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, 15-16: 87-111.

MAUSS, M. 2003. As Técnicas do Corpo. In: Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac Naify.

MEGGERS, B. 1948. The Archaeology of the Amazon Basin. In: STEWARD, J. (Ed.) Handbook of South American Indians. The Tropical Forest Tribes. v. 3. Bulletin n. 143, Bureau of American ethnology. Washington, D.C.: Smithsonian Institution. p. 146-166.

MEGGERS. B. 1954. Environmental Limitations on the Development of Culture. American Anthropologist, v. 56, p. 801-824.

MEGGERS, B. 1990. Reconstrução do comportamento locacional pré-histórico na Amazônia. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Série Antropologia,v. 6, n. 2, p. 183-203.

MEGGERS, B.; EVANS, C. 1961. An experimental Formulation of Horizon Styles in the Tropical Forest Area of South America. In: LOTHROP, S. (Ed.) Essays in Precolumbian Art and Archaeology. Cambridge, Harvard University.

MEGGERS, B.; EVANS, C. 1970. Como Interpretar a Linguagem da Cerâmica: Manual para Arqueólogos. Washington, D.C.: Smithsonian Institution.

MEGGERS, B.; EVANS, C. 1983. Lowland South America and the Antilles. In: JENNINGS, J. (Ed.) Ancient South Americans. San Francisco: W. H. Freeman.

MORAES, C.P. 2007. Levantamento arqueológico das áreas de entorno do Lago do Limão, município de Iranduba – AM. Dissertação (Mestrado em Arqueologia) – Museu de Arqueologia e Etnologia. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2007.

MORAES, C.P 2013. Amazônia ano 1000: territorialidade e conflito no tempo das chefias regionais. Tese (Doutorado em Arqueologia) – Museu de Arqueologia e Etnologia. São Paulo: Universidade de São Paulo.

NEVES, E.G. 2010. A Arqueologia da Amazônia Central e as Classificações na Arqueologia Amazônica. In: PEREIRA, E; GUAPINDAIA V. (Org.). Arqueologia Amazônica. Vol.2. Editora MPEG. Belém. Pp 54-72.

NEVES, E.G. 2012. Sob os Tempos do Equinócio: Oito Mil Anos de História na Amazônia Central (6.500 BC - 1500 DC). Tese de Livre Docência. Museu de Arqueologia e Etnologia. Universidade de São Paulo.

NEVES, E. ; GUAPINDAIA, V.; LIMA, H.; COSTA, B.; GOMES, J. 2014. A tradição Pocó-Açutuba e os primeiros sinais visíveis de modificações de paisagens na calha do Amazonas. In: Memória do III Encontro de Arqueologia Amazônia (EIAA III). Quito.

NEVES, E. ; PETERSEN, J.; BARTONE, R.; SILVA, C. 2003. Historical and Socio-cultural origins of Amazonian dark earths. In: LEHMANN, J., et al. (Eds.). Amazonian Dark Earths: Origin, Properties, Management. Dordrecht: Kluwer Academic, p. 1-45.

OLIVER, J. R. 2013. Nuevos aportes a la arqueología del sitio el saladero, bajo Orinoco, Venezuela. Ponencia en el 3er Encuentro de Arqueología Amazónica. Quito.

OSGOOD, C.; HOWARD, G. D. 1943. An Archeological Survey of Venezuela. Yale Univ. Publ. Anthropology (New Haven), XXVII.

PELISSIER, C. 1991. The Anthropology of Teaching and Learning. Annual Review of Anthropology, v. 20, p. 75-95.

PETERSEN, J.; NEVES, E.; HECKENBERGER, M. 2001. Gift from the past: Terra Preta and Prehistoric Amerindian Occupation in Amazonia, In: McEWAN, C.; BARRETO, C.; NEVES, E. (Eds.). Unknown Amazon, Culture in Nature in Ancient Brazil. London: British Museum.

RAYMOND, J. 1995. From potsherds to pots: a first step in constructing cultural context from tropical forest archaeology. In: STAHL, P. (Ed.). Archaeologby in the lowland American Tropics: current analytical methods and applications. Cambridge: Cambridge University, p. 224-242.

ROOSEVELT, A. C. 1980. Parmana: Prehistoric Maize and Manioc Subsistence along the Amazon and Orinoco. New York: Academic Press.

ROOSEVELT, A. C. 1991. Moundbuilders of the Amazon: Geophysical Archaeology on Marajó Island, Brazil. San Diego: Academic Press.

ROUSE, I. 1955. On the Correlation of Phases of Culture. In: American Anthropologist, New Series, Vol. 57, No. 4, p. 713-722, 1955.

ROUSE, I. The Classification of Artifacts in Archaeology. American Antiquity, v. 25, n. 3, p. 313-323, 1960.

SCHAAN, D. 1997. A linguagem iconográfica da cerâmica marajoara. Dissertação (mestrado) Pós-Graduação em História (área de concentração arqueologia), Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

SCHAAN, D. 2004. The Camutins Chiefdom: Rise and Development of Social Complexity on Marajó Island, Brazilian Amazon. Tese (Doutorado em Antropologia) – Departamento de Antropologia. Pittsburgh: Universidade de Pittsburgh.

SCHAAN, D. 2007. Uma Janela para a História Pré-colonial da Amazônia: Olhando Além - e apesar - das Fases e Tradições. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Ciências Humanas, v. 2, n. 1, p. 77-89.

SCHAAN, D., et al. 2010. Construindo paisagens como espaços sociais: o caso dos geoglifos do Acre, Revista de Arqueologia 23(1): 30-41.

SCHIFFER, M. 2001. The Explanation of Long-Term Technological Change. In: Anthropological Perspectives on Technology. Albuquerque: University of New Mexico, 2001.

SCHIFFER, M.; SKIBO, J. 1997.The explanation of Artifact Variability. American Antiquity, v. 62, n. 1, p. 27-50.

SKIBO, J. 1992. Pottery Function: a use alteration perspective. New York: Plenum.

SCHMIDT, M. 2010. Reconstructing Tropical Nature: prehistoric and modern anthrossols in the Amazon rainforest, upper Xingu River, Brazil. Tese de doutorado, Universidade da Florida, 2010.

SCHMIDT, M. J., RAP P.A., MORAES, C. ; VALLE, R., CAROMANO, C., TEXEIRA, W.G., BARBOSA, C.A., FONSECA, J.A., MAGALHÃES, M.P., SANTOS, D., SILVA, R., GUAPINDAIA, V.L., MORAES, B., LIMA, H.P., NEVES, E.G., HECKENBERGER, M.J. 2014. Dark earths and the human built landscape in Amazonia: a widespread pattern of anthrosol formation. In : Journal of Archaeological Science. , v.42, p.152 - 165.

SILVA, F. 2000. As tecnologias e seus significados: um estudo da cerâmica Asuriní do Xingu e da cestaria dos Kayapó-Xikrin sob uma perspectiva etnoarqueológica. Tese (Doutorado em Antropologia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo.

TAMANAHA, E. K. 2012. A Tradição Policroma no Baixo e Médio rio Solimões. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Arqueologia, Museu de Arqueologia e Etnologia, Universidade de São Paulo.

TRIGGER, B. 1989. A History of Archaeological Thought. Cambridge: Cambridge University.

VAN DEN BEL, M. 2009. The Palikur Potters: an ethnoarchaeological case study on the Palikur pottery tradition in French-Guiana and Amapá, Brazil. In: Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Humanas, Belém, v. 4, n. 1, p. 39-56, jan.- abr.

WILLEY, G.; PHILLIPS, P. 1958. Method and Theory in American Archaeology. Chicago: University of Chicago.

WOODS, W.; McCANN, J. 1999. The Anthropogenic Origin and Persistence of Amazonian Dark Earths. In: Yearbook, Conference of Latin Americanist Geographers, v. 25, n. 7-14.

ZUCCHI , A. 2002. A new model of the northern Arawakan expansion. In. Comparative Arawakan Histories: Rethinking language family and Culture Area in Amazonia. HILL, J. D.; SANTOS-GRANERO, F. (eds). Urbana and Chicago: University of Illinois Press, pp. 199-222.

Downloads

Publicado

2015-06-30

Como Citar

PINTO LIMA, Helena. Análises cerâmicas na arqueologia amazônica: Contribuições da Amazônia central a uma longa trajetória de discussões. Revista de Arqueologia, [S. l.], v. 28, n. 1, p. 03–29, 2015. Disponível em: https://revista.sabnet.org/ojs/index.php/sab/article/view/413. Acesso em: 18 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigo

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)