O conhecimento é o relacionamento

cenas de gnosiologia catamarcana

Autores

  • Alejandro Haber Escuela de Arqueología, Universidad Nacional de Catamarca

DOI:

https://doi.org/10.24885/sab.v35i1.957

Palavras-chave:

conhecimento, gnosiologia, conhecimento local

Resumo

Por que a arqueologia deve ser colocada em quarentena? Qual seria o vírus que a arqueologia espalha sem que percebamos? É, por um lado, uma disciplina do conhecimento, uma ciência que, como todas elas, estabelece um distanciamento entre ela e o saber leigo. Ao mesmo tempo, trata-se de conhecimentos, acumulados ao longo de décadas e séculos por povos que, muitas vezes, foram colonizados por mecanismos que incluem, justamente, a subordinação de seus conhecimentos. A violência epistêmica não é alheia à função arqueológica, uma vez que definir o que é afirmado como conhecimento válido acarreta a negação implícita ou explícita de outros conhecimentos. Além disso, o conhecimento, isto é, o que é a arqueologia e também o sobre o que é a arqueologia, está tensionado em uma luta pelo que, não apenas a arqueologia, mas o conhecimento é. Não é só sobre esse ou aquele saber, sobre isso ou aquilo, mas também sobre o que consideramos ser conhecimento e, fundamentalmente, o que não é. Em suma, a colonialidade está estruturalmente alojada na função arqueológica como uma luta epistêmica, uma luta pelo metaconhecimento. Assim, a arqueologia não é apenas um conhecimento hegemônico sobre povos, culturas e histórias, muitas vezes subordinadas. Também contribui de forma decisiva para demarcar a compreensão hegemônica do conhecimento. Este texto não é sobre arqueologia, mas sobre o que é a arqueologia e o que não é a arqueologia: conhecimento ou, melhor ainda, metaconhecimento. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BANGUERO CAMACHO, Viviana. Cimarroneando-ando: entre el viche y el mango viche. Tese doctoral, Doutorado em Antropologia, Universidade do Cauca, Popayán, 2017.

GROSSO, José Luis. Semiopraxis en contextos interculturales poscoloniales. Cuerpos, fuerzas y sentidos en pugna. Espacio Abierto, v. 17, n. 2, abr-jun, 2008, pp. 231-245.

HABER, Alejandro. Severos Ernst und Antolíns Paradoxon. In: FRANKE, Anselm & ALBERS, Irene. (orgs.). Nach dem Animismus, , Berlin: Kulturverlag Kadmos. 2016. 217-225.

IRIARTE, Daniela. Localidad de Villa Vil: de la relocalización como razón científico-técnica hacia la emergencia de una teoría local del conocimiento. Estudios sobre el ambiente y el territorio 8. INTA, Catamarca. 2013

REMENTERÍA, Marcela. Compresiones relacionales de la virgen del valle. Una cartografia del territorio epistémico. Tese doutoral, Doutorado em Ciências Humanas. Facultade de Humanidades, Universidade Nacional de Catamarca, Catamarca, 2015

SÁNCHEZ ANTELO, Victoria. Re-escritura. Seminario Epistemologías críticas y decolonialidad. Doutorado em Ciências Sociais, Facultade de Ciências Sociais, Universidade de Buenos Aires. 2011.

Downloads

Publicado

2022-01-15

Como Citar

HABER, Alejandro. O conhecimento é o relacionamento: cenas de gnosiologia catamarcana. Revista de Arqueologia, [S. l.], v. 35, n. 1, p. 39–52, 2022. DOI: 10.24885/sab.v35i1.957. Disponível em: https://revista.sabnet.org/ojs/index.php/sab/article/view/957. Acesso em: 29 mar. 2024.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)