The technology of ebó

archaeology of organic materials in afro-religious contexts

Authors

DOI:

https://doi.org/10.24885/sab.v34i3.919

Keywords:

ebó, organic materials, afronature

Abstract

This article is the result of experiments with organic materials as powers capable of transforming static into movement through liturgical interaction between bodies and Afronature. From the productive intersection of my initiation / priesthood in Candomblé throughout my existence, and in the last decade as an intellectual contributor to the Archeology of Black Religions in Brazil, ebó is analyzed as an African technology safeguarded within the Camdomblés. To this end, the text begins with an ethnographic situation, followed by archaeological occurrences recorded in two Reports of Survey of Impact on Archaeological Heritage in Bahia to reflect on the disposal of ebó in sacred landscapes from an Afro-religious perspective. It continues with the historical process of transatlantic displacement of organic goods to support the liturgy of African-based religions from the 18th century onwards in Bahia, concluding with the understanding of ebó technology as a physical and energetic instrument for the circulation of axé between biological bodies.

Downloads

Download data is not yet available.

References

AMARAL, Rita. A coleção etnográfica de cultura religiosa afro-brasileira do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP, São Paulo, v. 10, 2001.

ASANTE, Molefi. Afrocentricidade como crítica do paradigma hegemônico ocidental: introdução a uma ideia. Trad. Renato Noguera, Marcelo, J. O. Moraes e Aline Carmo. Ensaios filosóficos, Volume XIV - dez, 2016.

ASANTE, Molefi. Afrocentricidade: notas sobre uma posição disciplinar. In: Nascimento, Elisa Larkin. Afrocentricidade: uma abordagem epistemológica inovadora. São Paulo: Selo Negro, 2009.

BRASIL, 1999. Lei da Educação Ambiental. Lei N° 9.795 de 27 de abril de 1999.

BORIĆ Dušan. Theater of predation: beneath the skin of Göbekli Tepe images. See Watts., 2013, p. 42-64.

CARNEIRO, Aparecida Sueli. A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. (tese de doutorado) Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.

CARVALHO, Patrícia Marinho de. A travessia atlântica de árvores sagradas: estudos de paisagem e arqueologia em área de remanescente de quilombo em Vila Bela/MT? (e sua interface com a religiosidade afro-brasileira). Dissertação (Mestrado em Arqueologia). Museu de Arqueologia e Etnologia de São Paulo, 2012.

CARVALHO, Patrícia Marinho de. Visibilidade do negro: arqueologia do abandono na comunidade quilombola do Boqueirão - Vila Bela/MT. Tese (Doutorado em Arqueologia). Museu de Arqueologia e Etnologia de São Paulo, 2018.

COMAROFF, John L. Of Totemism and Ethnicity: Consciouness, practice and the signs of inequality. Ethnos 52, p. 69-86, 1987.

CORIN, E. Inhabiting a World of Meaning: the bodily mediation in African possession groups. Paper presented at the American Anthropological Association Conference, San Francisco, December, 6, 1992.

CUNHA, Manuela Carneiro da. Antropologia do Brasil. São Paulo: Brasiliense; EDUSP, 1986.

CUNHA, Mariano Carneiro da. Arte afro-brasileira. In: Walter Zanini (org.) História geral da arte no Brasil. São Paulo: Instituto Moreira Salles/ Fundação Djalma Guimarães, 1983, v. II.

DEVISCH, R. Treating the affect by remodeling the body in a Yaka healing cult. In: Bodies and persons: Comparative perspectives from Africa and Melanesia.Cambridge University Press, 1998.

FLOR DO NASCIMENTO, Warderson. O fenômeno do racismo religioso: desafios para os povos tradicionais de matrizes africanas. Revista Eixo. Brasília-DF, v. 6, n. 2 (Especial), novembro de 2017.

FLOR DO NASCIMENTO, Warderson. Enterreirando a investigação: sobre um ethos da pesquisa sobre subjetividades. Arquivos Brasileiros de Psicologia; Rio de Janeiro, 72 (no.spe.): 199-208, 2020.

HAMPATÉ BÂ, Amadou. A noção de pessoa na África Negra. Tradução para uso didático de: HAMPÂTÉ BÂ, Amadou. La notion de personne en Afrique Noire. In: DIETERLEN, Germaine (ed.). La notion de personne en Afrique Noire. Paris: CNRS, 1981, p. 181 – 192, 1981.

HARTEMANN, Gabby & MORAES, Irislane Pereira de. Contar histórias e caminhar com ancestrais: por perspectivas afrocentradas e decoloniais na Arqueologia. Vestígios - Revista Latino-Americana de Arqueologia Histórica. Vol. 12, No. 2, Jul - Dez 2018.

HOLBRAAD, Martin. & PEDERSEN, Morten A. The Ontological Turn: An anthropological exposition. Cambridge: Cambridge University press, 2017.

JONES, Siân. The Archaeology of Ethnicity. Constructing identities in the past and present. Londres, Routledge, 1997

JONES, Siân. Categorias históricas e a práxis da identidade: a interpretação da etnicidade na arqueologia histórica. (In) FUNARI, P. P. A. ORSER JR., Charles E. & SCHIAVETTO, S. N. de O. Identidades, discurso e poder: Estudos da arqueologia contemporânea. São Paulo: Annablume/Fapesp, 2005.

KAPFERER, Bruce. A Celebration of Demons: Exorcism and the Aesthetics of Healing in Sri Lanka. Berg: Smithsonian Institution Press, 1991.

LÉVI-STRAUSS, Claude. Antropologia Estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1967.

LÉPINE, Claude. Contribuição ao estudo da classificação dos tipos psicológicos no candomblé Kêtu de Salvador. Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, 1978.

LODY, Raul. Joiás de axé: fios de contas e outros adornos do corpo: a joalheria afro-brasileira. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001a. [1951]

LODY, Raul. Dicionário de arte sacra e técnicas afro-brasileiras. Rio de Janeiro: Pallas, 2001b. [1951]

MACHADO, Vanda. Terreiros: uma expressão ancestral. Revista Eletrônica: Tempo - Técnica - Território, v.10, n.1, p. 141:154, 2019.

MAZAMA, Ama. A Afrocentricidade como um novo paradigma. In: Nascimento, Elisa Larkin. Afrocentricidade: uma abordagem epistemológica inovadora. São Paulo: Selo Negro, 2009.

MERLEAU-PONTY, Maurice. (1999). Fenomenologia da percepção. 2a Ed. (Moura, C.A.R., Trad.). São Paulo: Martins Fontes.

MENESES, Ulpiano T. B. A cultura material no estudo das sociedades antigas. Revista de História, FFLCH, São Paulo, n. 115, 1998.

MEYER, Brigit. “Powerful Pictures: Popular Christian Aesthetics in Southern Ghana” Journal of the American Academy of Religion, March 2008, Vol. 76, No. 1, p. 82–110, 2008.

MULLINS, Paul R. Race and Affluence: An Archaeology of African America and Consumer Culture. Kluwer Academic/Plenum, New York, 1999.

NASCIMENTO, Abdias. O quilombismo: os documentos de uma militância pan-africanista. Petrópolis: Vozes, 1980.

NOGUERA, Renato. Infância em afroperspectiva: articulações entre sankofa, ndaw e terrixistir. Revista Sul-Americana de Filosofia e Educação. No 31: mai-out 2019, p. 53-70.

NOVAES. Luciana de Castro Nunes. As panelas das feiticeiras: uma etnografia do segredo e ritual de Iyami no Candomblé. Dissertação (Mestrado em Estudos Étnicos e Africanos). Pós Afro, UFBA, Salvador, 2012.

NOVAES. Luciana de Castro Nunes. Breve imaginação antropológica sobre animação da escrita e animismo na ciência arqueológica. Dossiê Socialidades interespecíficas. V.5, N.10, p. 22-48, Jul-Dez, 2017.

NOVAES. Luciana de Castro Nunes. A borda do mar como um lugar cultural: Arqueologia de Praias e a dialética étnico-marítima do patrimônio imaterial no sítio da Preguiça, Salvador/Bahia. Revista de Arqueologia. v.31, p. 215 - 218, 2018a.

NOVAES. Luciana de Castro Nunes. Arqueotextura e o esboço de uma antecipação: o princípio simétrico na escrita dos atos, materiais e ambientes. Revista Arqueologia Pública. 12(1[20]), 47-69, 2018b.

NOVAES. Luciana de Castro Nunes. O Exu Submerso: uma arqueologia da religião e da diáspora no Brasil. Paraná: Apris, 2019.

NOVAES. Luciana de Castro Nunes. Relatório final do Levantamento de Impacto ao Patrimônio Arqueológico nas obras de intervenções integradas de manejo de águas pluviais no Rio Ipitanga e afluentes e no Rio Joanes, nos municípios de Lauro de Freitas e Salvador. Estado da Bahia. IPHAN-BA, 2020a.

NOVAES. Luciana de Castro Nunes. Entre a autoridade da escrita e a cosmopolítica: Organizando dados em tempos predatórios. In: Bollettin, Paride; Vega Sanabria, Guillermo e Tavares, Fátima (Orgs.). Etnografando na Pandemia. Padova: Cleup, 2020b.

NZINGA, Alessandra Pereira; SANCHES, Celso; PINHEIRO, Bárbara Carine. Patrimônio (i)material e cultura afro-brasileira: aportes das lutas antirracistas à educação ambiental crítica. Revista da ABPN, v.12, nº 32, mar – mai 2020, p. 209-230.

ORSER, Charles E. Introdução à Arqueologia Histórica. Belo Horizonte, Oficina de Livros, 1992.

ORSER, Charles E. The Archaeology of the Diaspora. Annual Review of Anthropology, 27, 63-82, 1998.

ORSER, Charles E. O desafio da raça para a arqueologia histórica americana. In: FUNARI, P. P. A. ORSER JR., Charles E. & SCHIAVETTO, S. N. de O. Identidades, discurso e poder: Estudos da arqueologia contemporânea. São Paulo: Annablume/Fapesp, 2005.

PARÉS, Luis Nicolau. A formação dos Candomblés: História e ritual da nação jeje na Bahia. SP: Editora da Unicamp, 2007.

PIERSON, Donald. Brancos e pretos na Bahia: estudo de contato racial. 2ª.edição. SP: Companhia Editora Nacional, [1942] (1971).

ROSADO, Rita de Cássia Santana de Carvalho. O Porto de Salvador: Modernização em Projeto: 1854/1891. Dissertação de mestrado apresentada ao departamento de Ciências Sociais da UFBA, Salvador/BA, 1983.

RUÍBAL, Alfredo G. (Ed.). Arqueología Simétrica: Un Giro Teórico sin Revolución Paradigmática. Complutum, Madrid, v. 18, p. 287-291, 2007.

SANTOS, Juana Albein. Os nagô e a morte. Pàdè, Asèsè e o culto Égun na Bahia; traduzido pela Universidade Federal da Bahia. Petrópolis: Vozes, 1986.

SAHLINS, Marshall. Ilhas de História. Rio de janeiro, Zahar, 1990.

SINGLETON, Theresa A. The Archaeology of slavery in North America. Annual Review of Antropology, 24, 1995, 119-140.

TAVARES, Luis Henrique. Comércio proibido de escravos. São Paulo: Ática, 1988.

TAVARES, Luis Henrique. História da Bahia. São Paulo: Editora UNESP: Salvador, BA: EDUFBA, 2001.

TRIGGER, Bruce G. História do Pensamento Arqueológico. (trad. Ordep Trindade Serra). São Paulo: Odysseus, 2004.

WEBMOORE, Timothy. & WITMORE, Christopher L. “Coisas são nós! Um comentário sobre as relações humano/coisas sob a bandeira da Arqueologia ‘Social’”. VESTÍGIOS – Revista Latino-Americana de Arqueologia Histórica. Volume 10. No 2. Jul – Dez, 2016.

VERGER, Pierre. Fluxo e Refluxo do tráfico de escravos entre o golfo do Benin e a Bahia de Todos os Santos: dos séculos XVII a XIX. São Paulo: Corrupio, 1987.

VERGER, Pierre. Notícias da Bahia de 1850. Salvador: Corrupio, 1999.

Published

2021-09-30

How to Cite

NOVAES, Luciana de Castro Nunes. The technology of ebó: archaeology of organic materials in afro-religious contexts. Revista de Arqueologia, [S. l.], v. 34, n. 3, p. 283–306, 2021. DOI: 10.24885/sab.v34i3.919. Disponível em: https://revista.sabnet.org/ojs/index.php/sab/article/view/919. Acesso em: 29 oct. 2025.