Contexto arqueológico, técnicas corporais e comunicação

dialogando com a arte rupestre do Brasil Central (Alto-Médio São Francisco)

Auteurs

  • Loredana Ribeiro Museu de História Natural e Jardim Botânico/ UFMG

DOI :

https://doi.org/10.24885/sab.v21i2.251

Mots-clés :

Brasil Central, arte rupestre, Holoceno médio, estilo, comunicação

Résumé

As expressões rupestres agrupadas sob a Tradição São Francisco e o Complexo Montalvânia (tal como se apresentam no norte de Minas Gerais e sudoeste da Bahia) são geralmente atribuídas a distintas comunidades culturais. Este artigo trata das similaridades e contrastes entre estas representações em seus aspectos temporal (cronologias relativa e absoluta), técnico-gráfico (técnicas, temas, cores, associações entre figuras, etc.) e espacial (ocupação dos suportes e dos abrigos regionais). O objetivo desse artigo é discutir se a variação estilística regional poderia estar mais relacionada às finalidades comunicativas da prática rupestre para seus grupos de autores do que a “estranhamentos culturais” entre essas pessoas. A arte rupestre de um abrigo rochoso do norte de Minas Gerais é utilizada para exemplificar os diferentes contextos de produção e consumo e distintos auditórios dos estilos São Francisco e Montalvânia. Esse caso é examinado para discutir como a problematização de distintos públicos-alvos dos discursos veiculados através da arte rupestre pode nos ajudar a melhor compreender a diversidade desse registro arqueológico.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Références

BUENO, L., 2005. Variabilidade Tecnológica nos Sítios Líticos da Região de Lajeado, Médio Rio Tocantins. MAE/USP, Tese de Doutorado.

CALDERÓN, V., 1969. Nota Prévia sobre a Arqueologia das Regiões Central e Sudoeste do Estado da Bahia. Boletim Museu Paraense Emílio Goeldi, Publicações Avulsas, 10:107-119.

CARVALHO, A.B.; JÁCOME, C., 2005. Os gestos na decoração plástica de vasilhas Tupiguarani.

Anais do 13o Congresso da Sociedade de Arqueologia Brasileira. Campo Grande: edição em hipertexto da Sociedade de Arqueologia Brasileira.

CHIPPINDALE, C.; NASH, G., 2004. Pictures in Place: approaches to the figured landscapes of

rock-art. In: CHIPPINDALE, C.; NASH, G (eds). The Figured Landscapes of Rock-Art – looking at

pictures in place. Cambridge: Cambridge University Press.

FRANKLIN, N. R., 1989. Research with Style: a case study from Australian rock art. In: SHEN-

NAN, Stephen (ed). Archaeological Approaches to Cultural Identity. London and New York: Routledge, 278-290.

FREITAS, F. de O.; MARTINS, P.S., 2003. Archaeological Material For The Study Of Crop Evo-

lution. Scientia Agricola, V.60, N.2, P.399-402.

HEGMON, M., 1992. Archaeological Research on Style. Annual Review of Anthropology, v. 21:517-536.

HEIDER, K.G., 1967. Archaeological assumptions and ethnographical facts: a cautionary tale

from New Guinea. Southeastern Journal of Anthropology, v. 23:52-64.

HODDER, I., 1982. Theoretical Archaeology: a reactionary view. In: HODDER, I. (ed.). Symbolic

and Structural Archaeology. Cambridge: Cambridge University Press, pp. 1-16.

HODDER, I., 1990. Style as historical quality. In: CONKEY, M.W. & HASTORF (eds.). The uses

of style in archaeology. New York, Cambridge University Press, pp 44-51.

HODDER, I., 1999. The Archaeological Process - an introduction. Oxford: Wiley-Blackwell Publishers.

HODDER, I.; HUTSON, S., 2003. Reading the Past - current approaches to interpretation in archaeology. New York: Cambridge University Press, 3th ed.

INGOLD, T., 2000. Perception of the Environment: essays in livelihood, dwelling and skill. London/New York: Routledge.

ISNARDIS, A., 2004. Lapa, Parede, Painel – distribuição das unidades estilísticas de grafismos rupestres do vale do rio Peruaçu e suas relações diacrônicas (Alto-Médio São Francisco, Minas Gerais). Dissertação de mestrado, São Paulo: MAE/USP.

JÁCOME, C. P.; RIBEIRO, L., 2002. Associações Temáticas Envolvendo Figuras Antropomorfas

– análise temática comparativa entre as gravuras e pinturas do complexo Montalvânia. Anais da SAB 2001 – XI Congresso da Sociedade de Arqueologia Brasileira.

KIPNIS, R., 2000. Foraging in the Neotropics: changing perspective of hunter-gatherer settle-

ments system in lowland South America. Paper presented at the 65th Annual Meeting Society for American Archaeology. Philadelphia.

LEWIS-WILLIAMS, D.; DOWSON, T., 2001. Aspects of Rock Art Research – a critical retrospective. Contested Images: diversity in Southern African rock art research.

LEWIS-WILLIAMS, David & DOWSON, Thomas (eds). Johannesburg: Witwatersrand University Press, 201-221.

MAUSS, M. 1991[1935]. Técnicas y Movimientos Corporales. In: Sociologia e Antropologia. Madrid, Tecnos.

OUZMAN, S., 1998. Towards a Mindscape of Landscape: rock-art as expression of world-un-

derstanding. In: CHIPPINDALE, Christopher & TAÇON, Paul (eds). The Archaeology of Rock-Art. Cambridge University Press.

PFAFFENBERGER, B. 1992. Social Anthropology of Technology. Annual Review of Anthropology,

vol. 21:491-516.

PFAFFENBERGER, B., 2001. Symbols do not create meanings – Activities do: Or, Why symbolic

anthropology needs the anthropology of technology. In: M.B. SCHIFFER (Ed.) Anthropological

Perspectives on technology. Albuquerque, University of New Mexico Press.

PROUS, A., 1996/97. Archéologie du Cours Moyen du Rio São Francisco (Vallées des Rios Peru-

açu et Cochá). Arquivos do Museu de História Natural, vol. 17/18.

PROUS, A., 1999. Dating Rock Art in Brazil. In: STRECKER, Matthias & BAHN, Paul (eds.). Dating and the Earliest Known Rock Art. Oxford: Oxbow Books, 29-33.

PROUS, A., 2004. Du Brésil à l’Argentine, La Céramique Tupiguaranie. Archéologie, 408: 52-65.

PROUS, A.; COSTA, F., ALONSO, M., 1996/1997. Arqueologia da Lapa do Dragão. Arquivos do

Museu de História Natural, vol. 17/18: 139-209.

PROUS, A.; JUNQUEIRA, P.; MALTA, I., 1984. Arqueologia do Alto-Médio São Francisco – re-

gião de Januária e Montalvânia. Revista de Arqueologia, 2(1): 59-72.

PROUS, A.; RIBEIRO, L., 2007. Arte Rupestre Pré-Histórica: imagens fixas, significados mutáveis. In: JORGE, M.; PROUS, A.; RIBEIRO, L. Brasil Rupestre: arte pré-histórica brasileira. Curitiba: Zencrane Livros, pp.110-121.

RIBEIRO, L., 2002. Análises Crono-Estilísticas de Grafismos Rupestres – elementos para uma

discussão metodológica. Anais da SAB 2001 – XI Congresso da Sociedade de Arqueologia Brasileira.

RIBEIRO, L., 2006. Os significados da similaridade e do contraste entre os estilos de arte rupestre – um estudo regional das gravuras e pinturas do alto-médio São Francisco. Tese de doutoramento, São Paulo: MAE/USP.

RIBEIRO, L, 2007. Repensando a tradição: a variabilidade estilística na arte rupestre do período intermediário de representações no alto-médio rio São Francisco. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, 17:127-147.

RIBEIRO, L, no prelo. Sobre pinturas, gravuras e pessoas – ou os sentidos que se dá à arte rupestre. Revista Especiaria - Cadernos de Ciências Humanas, Dossiê Arqueologia Hoje. Universidade Estadual de Santa Cruz.

RIBEIRO, L.; ISNARDIS, A., 1996/97. Os Conjuntos Gráficos do Alto - Médio São Francisco

(Vale do Peruaçu e Montalvânia) – caracterização e seqüências sucessórias. Arquivos do Museu de História Natural, vols. 17/18: 243-286.

RIBEIRO, L.; PANACHUK, L., 1996/97. As Pinturas da Lapa do Dragão – registro homogêneo do

complexo Montalvânia. Arquivos do Museu de História Natural, vols.17/18: 407-464.

RODET, M. J., 2006. Etude Technologique des Industries lithiques taillées du nord de Minas Ge-

rais, Brésil – depuis lê passage Pleistocène/Holocène jusqu’au contact – XVIIIème siècle. Thèse de doctorat. Paris: Univestité de Paris X – Nanterre.

RUSS, J.; HYMAN, M.; SCHAFFER, H.; ROWE, M., 1990. Radiocarbon dating of prehistoric

rock paintings by selection oxidation of organic carbon. Nature, 348:710-71.

SAHLINS, M., 1999. Ilhas de História. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor.

SAHLINS, M., 2004. Esperando Foucault, ainda. São Paulo: Cosacnaify.

SCHAAFSMA, P., 1985. Form, Content, and Function: Theory and Method in North American Rock Art Studies. Advances in Archaeological Method and Theory. Vol. 8. New York: Academic Press.

SCHMITZ, P. I.; BARBOSA, A; MIRANDA, A., 1996. Arqueologia nos Cerrados do Brasil Cen-

tral: sudoeste da Bahia e leste de Goiás – O Projeto Serra Geral. Pesquisas, Série Antropologia. São Leopoldo, Instituto Anchietano de Pesquisas, n. 52.

SCHMITZ, P. I; BARBOSA, A; RIBEIRO, M.B; VERARDI, I., 1984. Arte Rupestre no Centro do

Brasil – pinturas e gravuras da pré-história de Goiás e oeste da Bahia. São Leopoldo: Instituto Anchietano de Pesquisas/Unisinos.

SEDA, P., 1990. Estúdio de cronologia em el arte rupestre de Minas Gerais: el sitio Boqueirão Soberbo. Boletin de la Sociedad de Investigación del Arte Rupestre de Bolívia. La Paz, 4:64-74.

SILVA, M. M. de C. e., 2002. Os Grafismos Rupestres do Abrigo do Possêidon: desordem e cronoestilística na arte rupestre do Alto-Médio São Francisco (MG). Dissertação de Mestrado. Campinas:UNICAMP/ IFCH.

SILVA, M. M. de C. e; RESENDE, E.M., 2001. Representações fitomorfas nos painéis rupestres de Minas Gerais: identidade cultural? SAB 2001 – a arqueologia no novo milênio – XI Congresso da Sociedade de Arqueologia Brasileira, Resumos, p. 131.

SILVA, M. M. de C. e; RIBEIRO, L., 1996. Organização Espacial e Correlação Crono-estilística na Arte Rupestre de Montalvânia – MG. In: KERN, A.A. (org.) Anais da 8a Reunião Científica da Sociedade de Arqueologia Brasileira. Porto Alegre: EDIPUCRS, Coleção Arqueologia, 1(2): 103- 118.

SILVA, M. M. de C. e; TORRI, B., 1991. Produção Experimental e utilização de pigmentos: a pro-

cura das fórmulas pré-históricas. Arquivos do Museu de História Natural, 12:329-341.

WHITLEY, D., 1998. Finding rain in the desert: landscape, gender and far western North Ameri-

can rock-art. In: CHIPPINDALE, Christopher & TAÇON, Paul (eds). The Archaeology of Rock-Art.

Cambridge University Press.

WIESSNER, P., 1983. Style and social information in Kalahari San projectile point. American An-

tiquity, 49 (2):253-76.

WOBST, M., 1977. Stylistic Behavior and Information Exchange. University of Michigan Museum of Anthropology. Anthropological Paper, 61:317-342.

WÜST, I., 1990. Continuidade e Mudança – Para uma interpretação dos grupos ceramistas pré-coloniais da bacia do rio Vermelho, Mato Grosso. São Paulo: FFLCH/USP, Tese de Doutorado.

WÜST, I.; MELO VAZ, L.J. de, 1998. Grafismos de Ação no Alto São Lourenço, Sudeste do Mato

Grosso. Revista do Museu Antropológico, 2:47-87.

Téléchargements

Publiée

2008-12-30

Comment citer

RIBEIRO, Loredana. Contexto arqueológico, técnicas corporais e comunicação: dialogando com a arte rupestre do Brasil Central (Alto-Médio São Francisco). Revista de Arqueologia, [S. l.], v. 21, n. 2, p. 51–72, 2008. DOI: 10.24885/sab.v21i2.251. Disponível em: https://revista.sabnet.org/ojs/index.php/sab/article/view/251. Acesso em: 6 nov. 2025.

Numéro

Rubrique

Artigo