Morando no meio dos rios e lagos

mapeamento e análise cerâmica de quatro estearias do Maranhão

Autores

  • Alexandre Guida Navarro Universidade Federal do Maranhão

DOI:

https://doi.org/10.24885/sab.v31i1.535

Palavras-chave:

Estearias do Maranhão, Mapeamento, Análise cerâmica

Resumo

Poucas pesquisas foram feitas nas estearias, e, por conta do contexto aquático, informações sobre o mapeamento, sobretudo no que tange ao tamanho e a forma destas aldeias, foram pouco discutidos na restrita literatura sobre este tema. As explicações sobre a preferência pela vida lacustre repousam nas questões defensivas segundo os autores que trabalharam o tema. Por preservar bem os artefatos, estes sítios são um importante testemunho para a compreensão da vida humana na América antes do processo de Conquista. Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa arqueológica acadêmica inédita no que diz respeito ao mapeamento desses sítios, inferindo a forma das aldeias e associando-os com a análise cerâmica. É a primeira vez em que esses locais são enquadrados dentro de uma tradição cerâmica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AB’SÁBER, A. N. 2006. Brasil: paisagens de exceção: o litoral e o pantanal matogrossense: patrimônios básicos. São Paulo, Ateliê Editorial.

ANDRUS, C. F. T.; SANDWEISS, D. H.; REITZ, E. J. 2008. Climate Change and Archaeology: The Holocene History of El Niño On The Coast Of Peru. In: Reitz, E. J.; SCUDDER, S. J.; SCARRY, C. M. (Eds.). Case Studies in Environmental Archaeology. Nova Iorque, Springer New York, pp. 143-157.

BALÉE, W. 1994. Footprints of the Forest: Ka´apor Ethnobotany – the historical ecology of plant domestication by an Amazonian people. Nova Iorque, Columbia University Press.

BOOMERT, A. 1987. Gifts of the Amazon: green stones pendants and beads as item of ceremonial exchange in Amazonia and the Caribean. Antropologica, 67: 33-54.

CARNEIRO, Robert L. 1970. A theory of the origin of state. Science vol. 169, pp. 733-38.

CHMYZ, Igor. 1966. Terminologia arqueológica brasileira para a cerâmica. Curitiba, CEPA/UFPR, Manuais de Arqueologia 1.

CORRÊA, Conceição G.; MACHADO, Ana Lúcia; LOPES, Daniel F. 1991. As estearias do lago Cajari-Ma. Anais do I simpósio de pré-história do nordes¬te brasileiro, Clio série arqueológica, Recife, UFPE, n. 4, pp. 101-103.

CORREIA LIMA, Olavo; LIMA AROSO, Olir C. 1989. Pré-história maranhense. São Luís, Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão.

COSTA, A. F.; HISSA, S. de B. V.; AZEVEDO, L. W. de ; TRAMASOLI, F.; AMATUZZI, L. J. 2016. O universo cotidiano e simbólico da cerâmica das estearias: uma análise da coleção de Raimundo Lopes (MN-UFRJ). Revista de Arqueologia Brasileira, vol. 29. n. 1, pp. 161-187.

DANIEL, João. 2004 [1757-1776]. Tesouro descoberto no Máximo Rio Amazonas: 1722 – 1776. Rio de Janeiro, vol. 1, Contraponto.

DEBOER, Warren R.; LATHRAP, Donald W. 1979. The making and breaking of Shipibo-Conibo ceramics. Ethnoarchaeology: the implications of ethnology for archaeology. Kramer, C. (editor), Nova Iorque, Columbia University Press, pp: 102-138.

DENEVAN, William. 1963. Additional Comments on the Earthworks of Mojos in Northeastern Bolivia. American Antiquity, vol. 28, n. 4, pp. 540-545.

EARLE, Timothy. 1991. Chiefdoms: power, economy, and ideology. Cambridge University Press, Cambridge.

EARLE, Timothy. 1990. Style and iconography as legitimation in complex chiefdoms. In: CONKEY, M.; HASTORF, C. (Eds.). The uses of style in archaeology. Cambridge University Press, Cambridge, pp. 73-81.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA-IBGE. Censo Demográfico de 2010. Características da população e dos domicílios. Resultado do Universo. Disponível em www.censo2010.ibge.gov.br

FRANCO, José Raimundo Campelo. 2012. Segredos do rio Maracu. A hidrogeografia dos lagos de reentrâncias da Baixada Maranhense, sítio Ramsar, Brasil. Sao Luís, EDUFMA.

HECKENBERGER, M. 2005. The ecology of power: Culture, place, and personhood in the southern Amazon, A.D. 1000-2000. Nova York, Routledge.

HORNBORG, A. 2005. Ethnogenesis, regional integration, and Ecology in Prehistoric Amazonia: toward a system perspective. Current Anthropology, n. 46, vol. 4, pp. 589-620.

GOMES, Denise M. C. 2017. Politics and Ritual in Large Villages in Santarém, Lower Amazon, Brazil. Cambridge Archaeological Journal, v. 1, pp. 1-19.

GRANBERRY, J. 2013. Indigenous Languages of the Caribbean. In: KEEGAN, W.; HOFMAN, C.; RODRÍGUEZ RAMOS, R. (Ed.). The Oxford Handbook of Caribbean Archaeology, Nova York, Oxford University Press, pp. 61-69.

GUAPINDAIA, Vera Lúcia C. 2008. Além da margem do rio: a ocu¬pação konduri e pocó na região de porto trombetas, PA. Tese de doutorado, São Paulo, Universidade de São Paulo, 203 pp.

HORNBORG, A. 2005. Ethnogenesis, regional integration, and Ecology in Prehistoric Amazonia: toward a system perspective. Current Anthropology, n. 46, vol. 4, pp. 589-620.

LA SALVIA, F.; BROCHADO, J. J. 1989. Cerâmica Guarani. Porto Alegre, Posanatao.

LEITÃO, C. de Melo (tradutor). ROJAS; CARVAJAL; ACUÑA. Descobrimentos do Rio das Amazonas. São Paulo, Cia. Editora Nacional, pp.12-294.

LEITE FILHO, Deusdedit. 2016. Arqueologia dos ambientes lacustres: cultura material, dinâmica sociocultural e sistema construtivo nas estearias da Baixada Maranhense. Arquivos do Museu de História Natural e Jardim Botânico. Belo Horizonte, v. 25, n. 1, pp. 54-99.

LEITE FILHO, Deusdedit. 2010. Ocupações pré-coloniais no litoral e nas bacias lacustres do Maranhão. In: PEREIRA, E.; GUAPINDAIA, V. (Orgs.). Arqueologia amazônica, 2 vols., pp. 743-773.

LOPES, Raimundo. 1970. Uma região Tropical. Coleção São Luís, v. 2, Rio de Janeiro, Fon-Fon e Seleta.

LOPES, Raimundo. 1924. A civilização lacustre do Brasil. Boletim do Museu Nacional 1 (2), Rio de Janeiro, pp. 87-109.

LOPES, Raimundo. 1916. O Torrão Maranhense. Rio de Janeiro Typographia do Jornal do Commercio.

MARTIN, Gabriela. 1996. Pré-história do Nordeste brasileiro. Recife, Editora Universitária da UFPE.

MÉTRAUX, A. 1948. The Tupinambá. In: HSAI, Washington, 3, pp. 687-712.

MORAES, Claide de P.; NEVES, Eduardo G., 2012. O Ano 1000: Adensamento Populacional, Interação e Conflito na Amazônia Central. Amazônica: Revista de Antropologia, v. 4, p. 122-148.

NAVARRO, Alexandre G.; COSTA, Marcondes L. da; SILVA, Abrahão S. N.F. da, ANGÉLICA, R. S., RODRIGUES, S. S.; GOUVEIA NETO, João C. 2017. O muiraquitã da estearia da Boca do Rio, Santa Helena, Maranhão: estudo arqueológico, mineralógico e simbólico. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi Ciências Humanas, Belém, vol. 12, n. 3, pp. 869-894.

NAVARRO, Alexandre G. 2016. O complexo cerâmico das estearias, Maranhão. In: BARRETO, Cristiana; LIMA, Helena L.; BTANCOURT, Carla J. Cerâmicas arqueológicas da Amazônia: rumo a uma nova síntese. Belém, Museu Emilio Goeldi, IPHAN, Belém, vol. 1, pp. 158-169.

NAVARRO, Alexandre G. 2015. A pré-história da Baixada Maranhense. Datação radiocarbônica de cinco estearias. In: ZIERER, A.; VIEIRA, A. L. B.; ABRANTES, E. S. (Orgs.). História Antiga e Medieval. Sonhos, mitos e heróis: memória e identidade, São Luís, Editora UEMA, pp. 369-380.

NAVARRO, Alexandre G. 2014. O projeto arqueológico acadêmico carta arqueológica da estearias da porção centro-norte da Baixada Maranhense. In: BANDEIRA, Arkley; BRANDI, Rafael (Orgs.), Nova Luz sobre a Arqueologia do Maranhão. São Luís, Brandi & Bandeira, pp. 133-148.

NAVARRO, Alexandre G. 2013. O povo das águas: carta arqueológica das estearias da porção centro-norte da baixada maranhense. Caderno de Pesquisas, São Luís, v. 20, n. 3, set./dez.

NEVES, Eduardo G. 2008. Ecology, ceramic chronology and distribution, long-term history, and political change in the Amazonian Foodplain. In: SILVERMAN, H.; ISBELL, W. (Orgs.) Handbook of South American Archaeology. London. Springer, pp. 359-379.

NIMUENDAJU, C. 1944. Mapa etno-histórico do Brasil e regiões adjacentes. Rio de Janeiro, IBGE.

OZORIO DE ALMEIDA, Fernando. 2016. Arqueologia dos tupi-guarani no Baixo Amazonas. In: BARRETO, Cristiana; LIMA, Helena L.; BTANCOURT, Carla J. Cerâmicas arqueológicas da Amazônia: rumo a uma nova síntese. Belém, Museu Emilio Goeldi, IPHAN, Belém, vol. 1, pp. 171-182.

PAUKETAT, Timothy. 2007. Chiefdoms and Other Archaeological Delusions. Landham, Altamira Press.

PEREIRA DO LAGO, B. 2001 [1872]. Itinerário da província do Maranhão. São Paulo, Editora Siciliano.

PETERSEN, J.; NEVES, E.; BARTONE, R.; SILVA, C. 2003. Historical and socio-cultural origins of Amazonian dark earths. In: LEHMANN, D.; KERN, B. GLASER, W. (Eds). Woods Amazonian Dark Earths: Origin, Properties, Management. Dordrecht, Kluwer Aca-demic Press, pp. 1-45.

PORRO, A. 1992. As crônicas do rio amazonas. Notas etno-históricas sobre as antigas populações indígenas da Amazônia. Petrópolis, Vozes.

PROUS, André. 1992. Arqueologia brasileira. Brasília, UnB.

REICHEL-DOLMATOFF, G. 1971. Amazonian Cosmos. Chicago, University of Chicago Press.

RICE, Prudence M. 1987. Pottery Analysis. A sourcebook. Chicago, Chicago University Press.

RODRÍGUEZ RAMOS, Reniel. 2013. Isthmo-Antillean Engagements. In: KEEGAN, W.; HOFMAN, C.; RODRÍGUEZ RAMOS, R. (Orgs.). The Oxford Handbook of Caribbean Archaeology, Oxford, Oxford University Press, pp. 155-170.

ROOSEVELT, Anna C. 2014. The great anaconda and woman shaman: A dangerous and powerful ancestral spirit from creation to today. In: VISIGALLI, Egle B. Colocataires d’Amazonie : Hommes, animaux et plantes de part et d’autre de l’Atlantiqu, Paris, Ibis Rouge, pp. 1-18.

ROOSEVELT, Anna C. 1991. Moundbuilders of the Amazon: Geophysical Archaeology on Marajo Island, Brazil. Studies in Archaeology. San Diego, Academic Press.

ROOSEVELT, A. C. 1988. Interpreting Certain Female Images in Prehistoric Art. In: MILLER, Virginia E. (Ed.). The Role of Gender in Precolumbian Art and Architecture. Lanham, MD. U. Press of America, pp. 1-34.

SCHAAN, Denise. P. 2010. Sobre os cacicados amazônicos: sua vida breve e sua morte anunciada. Jangwa Pana, Bogotá, v. 9, pp. 45-64.

SCHAAN, Denise P. 2004. The Camutins Chiefdom. Rise and development of complex societies on Marajó Island, Brazilian Amazon. Tese de Doutorado, Pittsburgh, Pittsburgh University, 497 pp.

SHEPARD, A. 1956. Ceramics for the Archaeologist. Washington, D.C., Carnegie Institution of Washington (Publication n. 609).

SIMÕES, M. F. 1981. As pesquisas arqueológicas no Museu Paraense Emílio Goeldi (1870-1981). Acta Amazonica, Manaus, v. 11, n. 1. Suplemento.

VIEIRA, S.; TRUMBORE, S.; CAMARGO, P. B.; SELHORST, D.; CHAMBERS, J. Q.; HIGUCHI, N.; MARTINELLI, L. A. 2005. Slow growth rates of Amazonian trees: consequences for carbon cycling. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, v. 102, n. 51, p. 18502–18507.

WIDMER, R. J. 1988. The Evolution of the Calusa: A Nonagricultural Chiefdom on the Southwest Florida Coast. University of Alabama Press, Tuscaloosa.

Downloads

Publicado

2018-06-30

Como Citar

NAVARRO, Alexandre Guida. Morando no meio dos rios e lagos: mapeamento e análise cerâmica de quatro estearias do Maranhão. Revista de Arqueologia, [S. l.], v. 31, n. 1, p. 73–103, 2018. DOI: 10.24885/sab.v31i1.535. Disponível em: https://revista.sabnet.org/ojs/index.php/sab/article/view/535. Acesso em: 26 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigo